PF investiga esquema em fraude de licitação nos municípios
A polícia apreendeu celulares e outros equipamentos que podem confirmar a atuação da organização criminosa, mas ninguém foi preso, até o momento
Escute essa reportagem
Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) deu início a uma nova fase da Operação "Onipresente", iniciada em 2016. A investigação mira uma organização criminosa que oferecia serviços de Tecnologia da Informação para 74 Prefeituras do Espírito Santo e lucravam em cima de fraude em licitações.
Em entrevista concedida na sede da PF no Estado, nesta terça, o Superintendente regional Eugênio Ricas afirmou que há chances de servidores das prefeituras contratantes estarem envolvidos no crime, no entanto, nada foi comprovado, até o momento.
Ele revelou que são nove empresas atuantes na organização criminosa, sendo uma principal e outras menores, que também lucravam diretamente com os serviços prestados, de forma ilegal.
"Pela quantidade de prefeituras que prestam o serviço, é uma empresa grande, reconhecida em sua área de atuação no mercado. Além de atuar no Espírito Santo, ela também foi contratada em outros sete Estados", disse.
Eles atuavam na área de desenvolvimento de programas de informática, fornecimento de provedores de internet, além de consultoria e assessoria de sistemas, para direcionar e fraudar procedimentos licitatórios, seja por meio da inclusão de cláusulas restritivas ou mesmo através de simulação de concorrência e rodízio das empresas contratadas.
A polícia apreendeu celulares e outros equipamentos que podem confirmar a atuação da organização criminosa, mas ninguém foi preso nessa etapa da operação. A 1ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES, autorizou 10 mandados de buscas e apreensão, que são executados em pessoas físicas e jurídicas.
Policiais federais e 4 servidores da Controladoria-Geral da União executam medidas cautelares nos municípios de Domingos Martins e Vitória.
A PF verificou que, no período de janeiro de 2017 a junho de 2022, as empresas investigadas lucraram a quantia de R$ 165,4 milhões, dos quais R$ 136 milhões já teriam sido pagos, envolvendo recursos federais e recursos próprios dos municípios.
Operação da PF mira organização criminosa que fraudava licitações no ES
Comentários