Passageiros de ônibus são obrigados a desbloquear celulares em assaltos
Criminosos fazem exigência para facilitar o acesso a contas bancárias, dados de cartões de crédito e redes sociais. Neste ano, mais de 14 mil aparelho
Além de celulares que chegam a custar mais de R$ 5 mil, criminosos têm apostado em outras formas de faturar com o roubo dos aparelhos em pontos de ônibus e nas ruas.
De olho no acesso às redes sociais, contas bancárias, dados pessoais e de cartões de crédito, eles têm obrigado as vítimas a deixar o celular desbloqueado durante assaltos.
O titular do 11º Distrito Policial de Jacaraípe, na Serra, delegado Rodrigo Rosa, afirmou que a prática de pedidos de desbloqueios nas investidas tem sido recorrente.
“O celular é um objeto pequeno, com valor agregado grande. Com o desbloqueio da tela, a possibilidade de ganho financeiro aumenta. Os criminosos conseguem rapidamente redefinir diversas as senhas, pois geralmente as autorizações chegam por SMS do aparelho, então eles alteram”.
O delegado explicou que, a partir disso, eles utilizam de vários recursos, desde acessar aplicativos de bancos, de compras e rede sociais. “No caso das redes sociais, eles tentam aplicar outros golpes, como pedir dinheiro emprestado ou oferecer produtos mais baratos”.
Ele frisou que, em muitas situações, os crimes têm sido cometidos com alguma organização, tendo uma pessoa responsável pela abordagem das vítimas e uma segunda pessoa no local para já pegar o aparelho e acessá-lo.
“Essa pessoa tem um grau de conhecimento, agindo rapidamente nas alterações de senha e acesso”.
Para o delegado, entre as formas de se proteger está a ativação da chamada “verificação em duas etapas” de redes sociais, o que impede a redefinição de senhas.
“Uma outra orientação é algo antigo, como a habilitação das senhas PIN e PUK. Elas inviabilizam o uso do chip em outro aparelho.”
Rodrigo Rosa ainda alertou para cuidados ao utilizarem celulares, principalmente em pagamentos, na rua. “Não é difícil ver as pessoas pagando com PIX por produtos na rua. Se alguém pega o aparelho com a conta desbloqueada, o prejuízo pode ser grande”.
E completou: “As pessoas acham que o dinheiro está no banco, mas não está. Está na palma da mão”.
Uma auxiliar de serviços gerais, de 56 anos, contou que teve o aparelho roubado este ano quando ainda pagava a 3ª prestação.
Agora, ela conseguiu comprar outro, mas tem tomado cuidados extras na rua e em pontos de ônibus. “Comprei outro, mas fiz um seguro dessa vez”,
Mais de 14 mil aparelhos roubados
Parando alguns segundos para pensar, não é difícil lembrar de alguém próximo que já teve o celular roubado ou furtado. E não é para menos, pois somente este ano, de janeiro e junho, pelo menos 14.134 aparelhos foram levados por criminosos no Estado.
Mesmo com cerca de 78 ocorrências registradas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) por dia, o número ainda pode ser maior, já que nem todas as vítimas comunicam o fato à polícia.
Em relação ao ano passado, no mesmo período, ainda houve aumento no número de casos registrados, com 1.074 equipamentos a mais levados por criminosos.
Entre os municípios com mais ocorrências estão a Serra, seguido de Vila Velha e Cariacica.
Além disso, a maior parte das ações ainda acontecem em vias públicas, representando quase 60% dos casos. Em seguida, estão os roubos e furtos cometidos em estabelecimentos comerciais e, na sequência, em veículos, como ônibus, táxis e carros de aplicativo.
Por isso, o titular do 11º Distrito Policial de Jacaraípe, na Serra, delegado Rodrigo Rosa, fez um alerta para que as pessoas evitem andar manuseando ou falando ao celular, assim como deixá-lo à mostra.
Segundo ele, o roubo e furto de aparelhos é um crime de oportunidade, em que ao passar de carro, a pé ou bicicleta, os bandidos escolhem vítimas suscetíveis.
“O ideal é que as pessoas evitem ao máximo pegar o telefone na rua, principalmente em locais expostos. Se elas precisarem falar com alguém, a orientação é que procurem um local como o interior de um comércio ou que esteja mais protegido”.
SAIBA MAIS
Furtos e roubos de celulares no Estado
Dados do Painel de Crimes Contra o Patrimônio, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), mostraram aumento de registros de aparelhos roubados (quando há violência ou ameaça) ou furtados (sem violência) este ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
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