"Parecia estar gostando", diz professor acusado de assediar frentista em ônibus
Vítima contou que ficou surpresa com a situação e reagiu ao sentir roupa íntima sendo tocada
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Ao passar pelo Departamento Médico Legal (DML), de Vitória, na manhã de sábado (15), o suspeito de importunar sexualmente a frentista, de 38 anos, dentro de um ônibus do Sistema Transcol, na tarde de sexta-feira (14), disse que cometeu o crime porque pensou que tivesse o consentimento da vítima.
À reportagem de A Tribuna, ele disse que se sentiu atraído pela mulher e que por isso decidiu colocar as mãos sobre suas pernas.
“Eu fiquei esperando alguma reação dela. Ela não reagiu, parecia que estava gostando, até que eu coloquei a mão na perna dela e aí ela reagiu”, disse.
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Questionado pela reportagem se essa seria a forma correta de ter agido com a mulher, já que estava interessado, o suspeito reafirmou que “achou que ela estava gostando”.
O homem disse ainda que nunca havia sido preso antes e que trabalha como professor em uma escola técnica, dando aulas de Estatísticas e Matemática.
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Entenda o caso
Foi dentro de um ônibus, a caminho do trabalho, que uma frentista, de 38 anos, viveu uma experiência que a deixou traumatizada: ela foi importunada sexualmente por um professor de Matemática, de 44 anos, que passou as mãos em seu corpo.
O crime aconteceu na tarde de sexta-feira, no momento que o veículo passava pelo centro de Vitória. Para se defender, a vítima agrediu o homem e machucou a própria a mão direita.
O professor foi preso em flagrante. À reportagem de A Tribuna, a mulher contou que embarcou no ônibus do Transcol 559 (Terminal Laranjeiras/Terminal São Torquato), ainda no terminal rodoviário. Segundo ela, o acusado embarcou no mesmo local e se sentou ao seu lado.
“Sentei no meio do ônibus, na cadeira preferencial. Como estava olhando o celular, não vi que ele estava sentado ao meu lado”, revelou a vítima.
Quando o ônibus passava pela avenida Principal Isabel, no centro de Vitória, a frentista sentiu algo estranho em suas pernas, conforme relatou. “Mas achei que era minha mochila e a ajeitei. Só que aí esse cara enfiou as mãos dentro da minha saia e puxou minha calcinha’, revelou a vítima estarrecida.
Nervosa com a situação e buscando se defender, a frentista contou que decidiu agir.
“Foi a hora que eu já dei logo um tapão na cara dele. Bati muito nele, acho que 'poquei' o nariz dele. Foi em legítima defesa, porque eu imaginei que ele poderia ter feito isso com minha filha, com outra mulher”, disse.
Ainda segundo a vítima, no momento que era agredido, o professor tentou fugir do ônibus, mas foi contido pelos passageiros, que pediram para que o motorista parasse o ônibus.
Autuação
A Polícia Militar foi acionada e foi até o local onde o veículo estava estacionado. Depois de ouvir a frentista, testemunhas e o acusado, os militares conduziram todos os envolvidos para a 1ª Delegacia Regional de Vitória.
Lá, o professor foi autuado por importunação sexual.
Na manhã de sábado (15), ao passar pelo Departamento Médico Legal (DML), de Vitória, o suspeito disse à reportagem que passou as mãos nas pernas da vítima porque “achou que a frentista estava gostando”.
O outro lado
Em nota, a defesa do professor informou que o acusado "declarou em Delegacia de Polícia e em Audiência de Custódia, 'que achou a vítima atraente e se interessou, tendo percebido que ela teria correspondido piscando os olhos', assim, repousou sua mão sobre sua perna. Negando veemente, que teria tocado e puxado sua calcinha”.
Ainda segundo a nota, o professor passou por audiência de custódia na tarde de sábado, sendo liberado e irá responder o caso em liberdade. "Trata-se de professor de matemática réu primário que jamais foi preso e processado", diz a defesa.
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