O que se sabe sobre a morte de empresário encontrado dentro de carro em Vitória
Vítima conhecia o suspeito e foi dopada com medicamento tranquilizante antes de ser asfixiada

A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira (15), detalhes sobre a investigação do homicídio do empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, encontrado morto dentro do próprio carro em um posto de combustíveis no bairro Andorinhas, em Vitória.
O suspeito, Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, foi preso um dia após o corpo ser localizado, em uma ação policial ocorrida na residência dele, no bairro Taquara, na Serra.
O crime aconteceu no dia 23 de julho deste ano e a vítima foi localizada somente dois dias depois, na manhã do dia 25. O corpo não apresentava sinais de violência e estava coberto por um lençol, no banco do carona.
Um vídeo com imagens do posto mostra o suspeito chegando ao local dirigindo o carro da vítima; limpando as digitais que ficaram no veículo e fugindo em seguida, caminhando pelas ruas de Vitória. (veja ao final da matéria).
Segundo o delegado Ramiro Diniz, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, naquele dia a vítima passou cerca de oito horas em posse do suspeito, além de ter sido dopada com medicamento tranquilizante, sendo também ameaçada com uma faca para fazer transações bancárias.
Carlos era dono de um restaurante na região de Serra Sede e conhecia o suspeito há cerca de um mês. Paulo era garçom em um bar, frequentado pela vítima. No dia do crime os dois haviam saído pela manhã com destino a uma cachoeira localizada em Santa Leopoldina.
"Ao chegar próximo à cachoeira o Paulo já havia planejado o que ele iria fazer ali. Ele queria tirar dinheiro, tirar proveito da vítima, então em posse de uma faca obrigou a vítima a ingerir uma certa quantidade de clonazepam para tranquilizá-la e para diminuir um pouco a resistência dele. De posse dessa faca ele passou para o banco do motorista, colocou a vítima no banco do carona e ficou mais de oito horas em poder da vítima, circulando com o veículo", detalhou o delegado.
Durante esse período o suspeito fez algumas transações utilizando os aplicativos bancários da vítima. "E por fim, na quarta-feira à noite, eles foram até esse posto, onde ele planejava sacar o restante do dinheiro que a vítima tinha na conta. Só que quando chegou no posto o Carlos começou a ver que tinha uma movimentação e resolveu pedir socorro. Ele então se assustou, empurrou a vítima de volta para dentro do carro, fechou o cinto, deu a volta, foi sobre a vítima, tampou a boca e o nariz dela e asfixiou até a morte", explicou Ramiro Diniz.
Após o crime, Paulo utilizou luvas cirúrgicas para limpar as digitais no carro, saindo em seguida a pé pelas ruas de Vitória. Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito caminhando e foram utilizadas nas investigações. "A gente começou a seguir todo o trajeto que ele fez, câmera a câmera por onde ele passava e conseguimos identificá-lo", disse Ramiro.
O suspeito foi preso no dia seguinte ao encontro do corpo da vítima, após praticar outro crime. Na ocasião ele invadiu a casa de uma pessoa no bairro Costa Bela, na Serra. "Ele afirmava que ele tinha um relacionamento virtual com esse indivíduo e foi até lá para conhecê-lo pessoalmente, só que ele foi com a faca. E quando ele pulou na casa, chamaram a polícia e ele acabou sendo preso em flagrante".
Após a prisão, a polícia intensificou as investigações sobre o latrocínio de Carlos, crime pelo qual Paulo já era suspeito. Um mandado de prisão foi feito e cumprido no local onde ele morava, em Taquara, na Serra. "Lá a gente conseguiu a roupa que ele estava utilizando no dia do latrocínio e conseguimos recuperar alguns pertences da vítima, incluindo o celular", destacou Ramiro.
Em depoimento o suspeito a princípio negou o crime, mas confessou após ser confrontado com as provas existentes, detalhando a forma como asfixiou Carlos e que a motivação seria o dinheiro.
"Ele cobriu o Carlos com um lençol, colocou um boné, ajeitou o corpo dele como se ele estivesse dormindo. Ele acreditou que a morte ia passar como uma morte natural. Como se o Carlos tivesse encostado no posto, fosse dormir e tivesse passado mal e morrido, mas a gente conseguiu elucidar que não foi o que aconteceu", afirmou o delegado.
Veja o vídeo divulgado pela polícia:
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