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Polícia

Mulher que levou idoso morto a banco é indiciada por tentativa de estelionato


Imagem ilustrativa da imagem Mulher que levou idoso morto a banco é indiciada por tentativa de estelionato
|  Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A mulher que levou um idoso morto ao banco para fazer prova de vida e tentar sacar o benefício dele foi indiciada pela Polícia Civil por tentativa de estelionato e vilipêndio (desrespeito) a cadáver.

O caso aconteceu no dia 2 de outubro. Um laudo entregue à Polícia Civil nesta quinta-feira (15) indica que o idoso havia morrido cerca de 12 horas antes de seu corpo ser levado pela mulher até uma agência do Banco do Brasil, na região central de Campinas, a 93 km da cidade de São Paulo. A causa da morte foi natural, ainda de acordo com o parecer.

Josefa de Souza Mathias, de 58 anos, se apresentou como companheira do escrivão de polícia aposentado de 92 anos. Ela foi ouvida no 1º Distrito Policial (DP) de Campinas nesta sexta-feira (16) e, de acordo com a polícia, negou que tenha cometido qualquer crime.

A equipe do 1º DP informou que oficiou o Banco do Brasil para obter as imagens do circuito de videomonitoramento do dia dos fatos.

A polícia investiga também se a mulher de fato mantinha um relacionamento com o idoso. Em seu primeiro depoimento à polícia, ainda no início do mês, ela afirmou manter um relacionamento estável com o idoso há cerca de dez anos.

As investigações apontam que o escrivão aposentado morava sozinho, era viúvo e recebia visitas da desempregada, quase vizinha dele, com certa frequência.

"Ela [desempregada] ajudava ele a fazer algumas coisas. O pessoal do banco disse que ela ia quase todo mês com o idoso à agência. Mas quem movimentava o dinheiro era ele. Ela alegou ser companheira dele, mas não é assim uma coisa que se comprovou, não. Tudo indica que não", afirmou José Henrique Ventura, delegado titular do Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2).

Segundo o delegado, nesta sexta-feira (16) foram ouvidos um segurança do banco, uma vizinha do idoso, além de funcionários da agência para onde o corpo foi levado. Uma porteira do condomínio onde o escrivão aposentado morava também prestaria depoimento ainda nesta sexta.

"O segurança e os funcionários do banco vão ajudar a entender se iam [o idoso e a mulher] normalmente juntos ao banco. A porteira vai também ajudar para entendermos qual era a relação entre os dois e com qual frequência a mulher entrava e saída da casa do idoso", explicou o policial.

Até a próxima semana, a Polícia Civil de Campinas pretende esclarecer algumas dúvidas como: se a mulher de fato era companheira do idoso e qual a real intenção de levá-lo morto ao banco.

Corpo amarrado em cadeira de rodas

A polícia também investiga se o corpo do escrivão aposentado foi amarrado em uma cadeira de rodas usada pela mulher para transportá-lo até a agência bancária.

"Parece que ele [corpo] estava amarrado [na cadeira de rodas] com um lenço. Tudo isso estamos apurando para fechar [a investigação]", afirmou o delegado titular do Deinter 2. Esta informação foi observada por funcionários do banco, no dia da ocorrência, segundo apurado pela reportagem.

A polícia também aguarda imagens de câmeras de monitoramento para verificar se a mulher teria tentado usar terminais de autoatendimento, com as digitais do escrivão aposentado, para sacar dinheiro. O valor da aposentadoria do homem não foi informado.

Contradições

A mulher não apresentou nenhuma procuração que a autorizava a movimentar as contas do idoso. Ela também, segundo a polícia, entrou em contradição ao afirmar duas histórias sobre a última vez em que falou com o então companheiro.

Em uma delas, afirmou ter falado com o idoso na manhã em que o levou ao banco. "Porém em outro momento, questionada pelos guardas de quando teria conversado [com o idoso] pela última vez, afirmou que havia falado com seu companheiro na data de ontem [1º de outubro]", afirma trecho do boletim de ocorrência.

Ao chegar na agência, a desempregada teria tentado ser atendida rapidamente, passando a afirmar que o idoso estava passando mal, fazendo com que testemunhas acionassem o Samu.

Por causa das duas versões contadas pela mulher, além da suspeita de o idoso ter sido levado já morto ao banco, situação confirmada nesta quinta por meio de laudo, os GCMs decidiram apresentar o caso no 1º DP de Campinas. O Agora tentou entrar em contato com a desempregada, mas não havia conseguido até a publicação desta reportagem.

Outro lado

A Spprev (São Paulo Previdência), da gestão (PSDB), afirmou contar com um núcleo de investigações previdenciárias com o qual detecta e investiga casos de supostas fraudes previdenciárias.

"Todos os pensionistas e aposentados civis e militares devem manter seu cadastro atualizado para continuar recebendo os benefícios", diz trecho de nota.

O órgão acrescentou que o recadastramento deve ser feito, obrigatoriamente, pelo próprio pensionista e aposentado civil e militar, uma vez ao ano, em seu mês de aniversário. A prova de vida por ser feita em qualquer agência do Banco o Brasil, ou em alguma agência presencial da Spprev. "No caso de pensionistas universitários, o recadastramento deverá ser realizado semestralmente, nos meses de janeiro e julho", explicou.

Sobre o caso mencionado nesta reportagem, o órgão afirmou que o benefício "foi suspenso e será extinto."

O Banco do Brasil afirmou usar recursos como identificação do cliente, por meio de senhas, além de cartão e biometria para "mitigar o risco de fraudes nos pagamentos de benefícios previdenciários". "O BB esclarece ainda que cumpriu com todos os protocolos no caso da ocorrência registrada em uma de suas agências em Campinas, o que inclui a apresentação de procuração ou a presença do beneficiário na agência", afirma o banco em nota.

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