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Polícia

Morte na Mata da Praia: polícia em busca de novos vídeos e testemunhas

Material vai ser usado para ajudar a desvendar a dinâmica do crime que terminou com empresário morto após briga por cachorro


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Imagem ilustrativa da imagem Morte na Mata da Praia: polícia em busca de novos vídeos e testemunhas
O empresário Manoel de Oliveira Pepino foi morto na Mata da Praia após confusão envolvendo seu cachorro, Lobo, que estava sem coleira |  Foto: Acervo pessoal e reprodução / TV

Em uma investigação que conta com muitas lacunas a serem esclarecidas, a polícia busca por novas imagens de vídeos e testemunhas que possam ajudar a desvendar como foi a dinâmica do tiroteio ocorrido na noite de sábado (20) na Mata da Praia, na capital.

No meio de uma discussão por causa de cachorro, o empresário Manoel de Oliveira Pepino, 73 anos – tutor do animal da raça malamute-do-Alasca –, foi morto pelo vizinho, o advogado Luis Hormindo França Costa, 33 (ele está preso).

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Garantindo rigor nas apurações, o secretário de Estado da Segurança Pública, Eugênio Ricas, contou que o caso é investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.

Segundo ele, vídeos já estão sendo analisados e testemunhas ouvidas. No entanto, Ricas explica que a polícia busca novas imagens de câmeras e testemunhas que possam ajudar a montar esse quebra-cabeça, considerando que há diferentes versões entre defesa do acusado e familiares da vítima.

Para Ricas, as investigações, juntamente com imagens e relatos de testemunhas, não deixam dúvidas em relação à autoria e materialidade do crime. As armas apreendidas, uma pistola 9mm (do advogado) e um revólver calibre 38 (da vítima), foram encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística - Balística, da Polícia Científica, com munições e carregadores.

“Nós temos um indivíduo que matou e uma vítima que morreu. O que precisa ser apurado é a dinâmica de como ocorreu. Há uma narrativa de que teria sido legítima defesa. Aguardamos o laudo da autópsia da vítima. As investigações vão apontar como foram os disparos, quantos tiros, se foi um ou mais que atingiram a vítima. Se foi pelas costas”.

Além disso, ele cita que análises dos vídeos são cruciais. “Sabemos que tem câmeras ali e a polícia busca novas imagens, algumas já são analisadas. Tudo é importante para entender como foi a dinâmica, até para falar em legítima defesa ou não, em excesso de legítima defesa caso tenha”.

A legítima defesa, como ele explica, é usada para parar uma agressão iminente e injusta. “Se aquela agressão cessou, a legítima defesa tem que parar. Se não para, há um excesso. Pelo que foi visto até agora nas imagens (advogado efetuando vários tiros) poderia indicar um possível excesso. Mas tudo precisa ser analisado”.

Depoimento

“O Lobo conseguiu se despedir do seu paizão”

“Ele (Manoel de Oliveira Pepino) tinha um coração gigante, era um dos pilares da família. Eu só tenho lembranças boas. Tio Nelo, como era chamado, foi um ‘pai’ com toda a minha família.

A despedida foi triste, sobretudo pela forma como tudo aconteceu. Graças a Deus, o Lobo (cão do empresário) está se recuperando bem. Ele (Lobo) conseguiu ir lá se despedir do seu paizão. Quando ele chegou ao velório, o coração de todos ficou apertado. Foi um momento de muita emoção.

Sei que o que era mais precioso se foi, o meu tio. Mas para que fatos trágicos como esses não aconteçam mais, a punição precisa existir”.

- Camillo Neves, 32 anos, empresário e sobrinho da vítima


Entenda o caso

Crime

Uma discussão por causa de um cachorro sem coleira e guia em uma das ruas da Mata da Praia, em Vitória, terminou em troca de tiros e na morte do empresário Manoel de Oliveira Pepino, de 73 anos, no início da noite do último sábado (20).

O advogado Luis Hormindo França Costa, 33, passeava com seu cachorro (da raça American Bully, versão pocket) a algumas quadras da sua casa, quando teria visto o empresário com o cão Lobo, da raça da malamute-do-Alasca, solto. Isso teria iniciado uma discussão.

Manoel teria ido até a sua casa buscar um revólver calibre 32. Já o advogado, que tem porte de arma, estava com uma pistola 9 milímetros, com dois pentes, com capacidade para 15 munições cada.

O advogado e o empresário moravam na Mata da Praia. O cão Lobo, da vítima, foi atingido em uma das patas, mas passa bem.

Pessoas próximas afirmam que os dois vizinhos já teriam discutido antes por causa dos animais.

Há divergências nas versões de cada lado, que estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

Luis Hormindo está preso desde sábado (20). Ele está na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana.

O que diz a família da vítima

A viúva de Manoel, Marília Fernandes Pepino, relatou em entrevista à TV Tribuna que estava com o marido e com o cachorro da família, em uma praça em frente à casa deles, quando o advogado passou.

Ela relata que o advogado teria ofendido e feito ameças de que iria matar o empresário e o cão deles. Teria dito, ainda, que por causa disso, o marido entrou em casa e voltou com a arma na cintura.

Ela afirmou que tentou contê-lo, sem êxito. Também pediu para que o advogado fosse embora, o que também não foi atendido.

Segundo Marília, os primeiros disparos saíram da arma de Luis.

O que diz a defesa

O advogado Leonardo Gagno, responsável pela defesa do advogado Luis Hormindo França Costa, diz que o cliente atirou para “se defender”.

Afirmou, ainda, que Luis passeava com o cachorro quando iniciou um conflito verbal e a viúva do empresário, Marília, teria “atacado” verbalmente o advogado.

A informação da defesa é que Manoel correu para casa, pegou um revólver e voltou atirando no advogado, que teria revidado para se proteger, sem acertar inicialmente Manoel. Depois de ter recebido outros disparos, a defesa alega que Luis atirou e acertou o empresário, que morreu no local.

O advogado de defesa explicou ainda que Luis usava a arma há mais de dois anos, para se proteger após ter sido vítima de ameaça enquanto trabalhava como advogado, e tinha autorização para portá-la.

A defesa vai pedir nesta semana a concessão de liberdade provisória mediante aplicação de medidas cautelares alternativas.

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