"Minha filha estava toda roxa", diz mãe sobre agressão de ex à enfermeira
Cleilton Santana é o principal suspeito de assassinar Íris Rocha
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Foi preso na tarde desta quinta-feira (18) o principal suspeito pela morte da enfermeira Íris Rocha de Souza, de 30 anos. Cleilton Santana, de 27 anos, é ex-namorado na vítima, que pediu uma Medida Protetiva contra ele após ser agredida com um "mata-leão".
A agressão aconteceu há quatro meses, quando Íris e Cleilton ainda estavam juntos - a relação durou seis meses. A mãe da vítima conversou com A Tribuna nesta quinta-feira e contou que, na ocasião, a filha apareceu "toda roxa".
Segundo Márcia Rocha, a filha mudou de comportamento após o relacionamento. "Ela me contou depois da Medida Protetiva que ele não deixava mais ela vestir roupas decotadas ou curtas, nunca mais ela foi à praia de biquíni, vestir short no parque".
O relacionamento que começou em abril e terminou em outubro do ano passado, segundo a família, era considerado tóxico. "Ele era possessivo, tinha ciúmes de tudo, até da sombra", lembrou a mãe de Íris.
Ela contou que a filha passou a usar apenas roupas com manga comprida e calça, mas achava que eram atitudes necessárias para manter o relacionamento com o namorado que afirmava querer formar uma família.
"Ela era luz onde ela passava e ele tirou o brilho dela", lamentou a mãe. Após o término, Cleilton ainda teria procurado por Íris, mesmo diante de uma Medida Protetiva.
"Ficamos sabendo através de amigos que ele não aceitava o fim do relacionamento", contou a mãe. "Amigas dela me disseram que ele seguia ela, não aceitava o fim".
Nesta quinta-feira, o suspeito foi preso enquanto passava de carro com seu advogado pelo posto da Polícia Rodoviária Federal, em Viana. Ele alegou que estava indo se entregar na delegacia de Alfredo Chaves, onde o caso é investigado.
RELEMBRE
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, grávida de oito meses, foi encontrada morta, atingida por dois tiros no tórax, em uma estrada na zona rural de Alfredo Chaves. O corpo dela estava coberto de cal e só foi reconhecido na última segunda-feira (15).
Íris namorou com o pai do bebê que esperava por seis meses. O namoro que começou em abril e terminou em outubro do ano passado, segundo a família, era considerado tóxico.
Em outubro, a enfermeira acusou Cleilton de agressão. Ela pediu uma medida protetiva e fez um boletim de ocorrência em que conta ter levado um golpe "mata-leão" e desmaiado durante discussão com o então namorado.
Íris foi enterrada na terça-feira (16) no Cemitério Parque da Paz, na Serra, junto com o bebê que esperava e receberia o nome de Rebeca. A vítima ainda deixa um filho de oito anos.
O suspeito Cleilton Santana estava em um carro com seu advogado quando foi abordado no posto da Polícia Rodoviária Federal, em Viana.
O suspeito alegou que estava a caminho de Alfredo Chaves, onde iria se entregar para a polícia. Ele foi conduzido para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, em Vitória.
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