Militar é preso por maus-tratos a animais em Vila Velha
Encontrados em condições precárias, os dois cachorros estavam desnutridos, sem alimentação e com as orelhas cortadas
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Um sargento da Polícia Militar, de 24 anos, foi preso em flagrante acusado de maus-tratos a dois cachorros. Encontrados em uma residência do bairro Vila Garrido, em Vila Velha, na tarde de terça-feira, os animais estavam desnutridos, sem alimentação e com as orelhas cortadas.
Os cães estão internados em uma clínica veterinária do município, sem previsão de alta.
De acordo com o boletim de ocorrência, os animais foram encontrados em “estado deplorável”. O flagrante foi feito após denúncias. O crime de maus-tratos, cometido de forma dolosa, prevê a reclusão de 2 a 5 anos de prisão em regime fechado.
A Prefeitura de Vila Velha, por meio da Diretoria de Bem-Estar Animal, classificou o estado dos animais como “condições de maus-tratos graves”.
Celso Christo, diretor de Bem-Estar Animal da Secretaria de Meio Ambiente de Vila Velha, disse que o sargento perdeu, inclusive, o direito de propriedade dos cachorros.
“Vimos que existia ausência mínima de condições de vida, sem água, comida e capacidade de se locomover, ou seja, o animal comia, bebia, fazia xixi e cocô no mesmo lugar. Isso chegou a afetar a saúde dos animais, tanto que a gente sabe que o estado deles é grave, com possibilidade de óbito”.
A Polícia Civil informou que o suspeito foi autuado em flagrante por maus-tratos aos animais, com aumento de pena por se tratar de cão ou gato. Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.
A Secretaria de Estado da Justiça informou que ele deu entrada na Penitenciária de Segurança Média 1, mas recebeu alvará de soltura após audiência de custódia.
Breno Panetto, advogado especialista em Direito Animal, disse que esse crime é tão punível quanto crimes de roubo ou outros.
“Além da pena de restrição de liberdade, ele pode perder a guarda desses animais e o direito da guarda de outros animais, além da multa administrativa”.
A advogada Camila Teixeira acrescentou que, casos como esse, têm sido mais recorrentes. “Quando a gente se dispõe a adotar ou comprar um animal, devemos lembrar que não se trata de um robô. Mas, infelizmente, casos como esse têm sido bem comuns”.
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