Justiça solta suposta vidente envolvida em golpe milionário contra idosa
A acusada foi presa em 10 de agosto na operação Sol Poente, da Polícia Civil
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A Justiça do Rio de Janeiro decidiu flexibilizar a prisão de uma das falsas videntes presas sob suspeita de aplicar um golpe estimado em R$ 725 milhões na viúva de um dos maiores colecionadores de arte do país.
Ela deixou o Instituto Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na manhã desta quarta-feira (12), para ficar em prisão domiciliar.
A acusada foi presa em 10 de agosto na operação Sol Poente, da Polícia Civil. Procurado, o advogado da ré não se manifestou sobre a determinação judicial até a tarde desta quarta.
A decisão é da juíza Catarina Cinelli Vocos Camargo, da 23ª Vara Criminal, que acolheu um pedido da defesa, alegando que ela estava com problemas de saúde na cadeia e precisava de cuidados.
Na sentença, a magistrada justificou sua decisão. "Tais preocupações foram corroboradas, ao menos em parte, pelo relatório, o qual aponta a hipótese diagnóstica de ansiedade generalizada, tendo havido, inclusive, a necessidade de ser medicada com 'diazepan 5mg'.
Ainda, houve encaminhamento da ré para grupo de diabetes, psicologia e psiquiatria. Assim, restou evidenciada a presença de comorbidade física (diabetes) e a necessidade de cuidados especiais na área de saúde mental", escreveu a juíza.
Na decisão, a magistrada proibiu que ela se aproxime da vítima. Além disso, a acusada não poderá deixar sua residência sem a autorização judicial e deverá entregar seu passaporte em até 24 horas.
Segundo as investigações da Polícia Civil, a suposta vidente e outras seis pessoas de uma mesma família são investigadas pela prática dos crimes de associação criminosa, estelionato, extorsão, roubo e cárcere privado contra a idosa.
No total, quatro foram detidos e dois continuam foragidos –o sétimo homem morreu. Outros acusados de participação no crime tiveram a prisão preventiva mantida.
A Justiça considerou que a medida era necessária para a continuidade da investigação. O cálculo dos R$ 725 milhões inclui obras de arte, joias e pagamentos de R$ 5 milhões feitos pela idosa após ser enganada e de outros R$ 4 milhões feitos sob suposta coação e ameaça.
Os quadros faziam parte do acervo da vítima, que os herdou há sete anos após a morte do marido. Segundo o inquérito, o golpe teve início em janeiro de 2020.
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