Jovem é internada para dar à luz e acaba com punho e mão amputados
Ela contou que sentiu muitas dores com acesso venoso, membro inchou e ficou roxo
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O que era para ser um momento feliz, acabou em tristeza para uma jovem de 24 anos, que não quis ser identificada. Ela teve a mão e o punho esquerdos amputados depois de dar entrada em um hospital na Zona Oeste do Rio de Janeiro para dar à luz. O bebê nasceu no dia seguinte, de parto normal, pesando um pouco mais de 3 kg.
Grávida de 39 semanas, ela teve complicações durante o parto e teve um acesso venoso instalado. A mulher diz que sentiu fortes dores e que, em seguida, o membro começou a inchar e a ficar roxo. Dias depois, ela foi informada de que teria de ser amputada para sobreviver.
A família conta que não sabe o que aconteceu e quer uma resposta da unidade de saúde. “Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, contou a jovem, ao g1.
O quadro de saúde da jovem foi se agravando e os médicos decidiram transferi-la para outro hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. As informações são do g1.
“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava, e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, afirmou a mãe da paciente.
Três dias após o nascimento da bebê, ela e os familiares receberam a notícia de que a mulher teria que amputar a mão.
“A porcentagem seria mínima dela sobreviver. Seria 95% de não ter a mão, deles terem que amputar. E de 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse a mãe da jovem.
Família busca respostas
Longe do bebê, a mulher passou 17 dias internada. Até hoje, a família busca uma resposta do hospital e tenta entender o que aconteceu.
“Até hoje, é um mistério. Ela entrou lá e saiu sem uma parte do corpo, sem a mão”, contou a mãe.
A paciente afirma que sofre com as consequências da amputação.
“Eu perdi a oportunidade de ver meu filho nos primeiros dias. De amamentar. Meu peito ficou produzindo leite por três dias, mas é como se eu tivesse tido um aborto”, disse a paciente.
A advogada que cuida do caso afirma que já entrou na Justiça contra a unidade de saúde.
“Isso foi uma sequência de erros que não ser todos apurados, nas esferas: criminal, administrativo e cível. Vamos pedir as reparações que tem a responsabilidade civil: dano estético, dano moral e material. E vamos fazer um levantamento da parte da imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal”, destacou a advogada Monalisa Gagno.
A paciente tenta se adaptar à nova realidade para cuidar dos três filhos.
“Não posso dar banho no meu neném. Não pude amamentar o meu neném. Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos”, disse a jovem.
O que diz o hospital
Em nota, o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá afirmou que se solidariza com a vítima e lamenta o ocorrido. A unidade afirmou ainda que vai apurar o caso e os procedimentos durante o atendimento da jovem.
O caso é apurado pelo 41º Distrito Policial do Tanque como lesão corporal culposa.
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