Grupo do PCV é investigado por dar ordens de dentro da cadeia
Operação Natureza, do MP-ES, apreendeu bilhetes escritos por presos dentro de penitenciárias
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O enfrentamento à atuação de integrantes do Primeiro Comando de Vitória (PCV) não para. Nesta terça-feira (11), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo deflagrou a fase ostensiva da Operação Natureza.
A investigação foi instaurada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Central), com o objetivo de investigar a atuação de integrantes do PCV no município de Cariacica e adjacências.
Esse grupo, segundo as investigações, age de forma organizada e contínua, se dedica ao tráfico de entorpecentes e crimes conexos, bem como para colher provas das atividades criminosas de seus membros.
Segundo o Gaeco, as medidas investigativas efetivadas culminaram na obtenção de provas de líderes criminosos presos que demandam ordens de dentro das unidades prisionais através de mensagens repassadas por familiares e advogados.
Foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra uma investigada, um mandado de busca e apreensão, sete celulares e mais de 50 catuques (mensagens enviadas pelos presos) foram apreendidos. As determinações são repassadas e cumpridas pelos integrantes em liberdade da organização criminosa, cada qual com sua função.
A deflagração da operação teve como objetivo o cumprimento de mandado de busca e apreensão e prisão temporária em Cariacica, em cumprimento de decisão judicial da 1ª Vara Criminal daquele município.
Os trabalhos de deflagração contaram com a participação de policiais militares do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público e do 7º Batalhão da Polícia Militar.
Os números
- 50 “catuques” foram apreendidos
- 7 celulares foram encontrados
Integrantes do PCC vão ser julgados
Acusados de integrar a facção intitulada Primeiro Comando da Capital (PCC), 14 alvos de ações oferecidas pelo Ministério Público Estadual começam a ser julgados nesta quarta-feira (12) em Viana.
Eles são acusados de integrar a organização criminosa paulista, mas com ramificações no Espírito Santo por diversos crimes, entre os quais tráfico de drogas, associação para o tráfico; porte, posse e comércio ilegal de arma de fogo, além de corrupção de menores e assassinatos.
Após análises de “catuques” (bilhetes trocados entre presos) que foram apreendidos na Operação Sintonia, em Vitória, foram ajuizadas cinco denúncias contra 64 denunciados.
Desses, 14 denunciados citados em uma das ações penais de Viana começam a ser julgados nesta quarta. Eles são apontados como membros do PCC que estavam presos na Penitenciária de Segurança Máxima 1 (PSMA1), na Galeria A, em Viana.
À época, foram apreendidos os “cara crachá”, nome que eles dão para o registro de integrantes na facção.
A audiência de instrução e julgamento está prevista para às 13 horas, na 1ª Vara Criminal de Viana.
De forma simultânea em 13 estados, incluindo o Espírito Santo, foi deflagrada a Operação Sintonia, em maio do ano passado.
Investigações
As investigações foram iniciadas em agosto de 2022, denominada “Sintonia”, que tinha por objetivo a identificação e prisão de integrantes da facção PCC, com atuação em diversas cidades do Espírito Santo.
Na ocasião, por decisão expedida pelo Juízo da 6ª Vara Criminal de Vitória, foram cumpridos 23 mandados de prisão e 29 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Jacareí, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Vitória, Vila Velha, Viana, Serra e Cariacica.
Ao longo das investigações, foram presos integrantes do PCC, sendo que cinco foram denunciados perante a Justiça Criminal do Estado.
Entre os investigados estão integrantes da cúpula do PCC com atuação no Estado, com funções vinculadas ao sistema prisional capixaba, integrantes dessa facção e divididos em áreas de atuação da organização como “geral do Estado”, “geral da rua”, “geral do progresso”, “geral do caixa”, “geral da FM” e “disciplina”.
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