X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Polícia

Golpistas se passam por chefões do tráfico para ameaçar vítimas

Por telefone, eles acusam as vítimas de darem informações sobre o tráfico à polícia. Em troca de perdão, exigem transferências


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Golpistas se passam por chefões do tráfico para ameaçar vítimas
Professor mostra diálogo com o traficante: por sorte, ele percebeu a tentativa de golpe e conseguiu escapar. |  Foto: © Divulgação

“Não queira problema, não queira confusão na sua vida, nem perder o sossego na sua cidade e no bairro que você mora com a sua família. Veja bem, pegamos um guri que está afirmando que você está ligando para a polícia e denunciando a facção do Comando Vermelho, levando informações. Isso é verdade irmão?”.

Foi assim que golpistas, se passando por chefões do tráfico, ameaçaram recentemente um professor e microempresário, de 52 anos, pelo telefone. 

Mas ele não foi a única vítima, como destaca o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.

O objetivo desses golpistas, segundo o delegado, é único: extorquir as vítimas, obrigando-as  a fazer transferências, principalmente pelo Pix. 

Os valores da extorsão, como destaca Brenno Andrade, variam de R$ 1 mil a R$ 3 mil. 

Ele conta que esses criminosos já fizeram vítimas, entre elas de Jardim da Penha e da Praia do Canto, em Vitória. 

Leia mais em:

Polícia prende suspeitos de integrar quadrilha que roubou R$ 14 milhões via Pix

Presa por golpe no ES usava dados de vítimas em site de cosméticos

“Não adianta pedir valores altos porque a vítima não tem e não transfere. Normalmente, eles pedem quantias mais baixas para conseguir dinheiro de forma mais célere”, explicou.

O professor não entrou para as estatísticas de quem ficou no prejuízo financeiro, já que de imediato percebeu que do outro lado da linha havia um golpista.

Diante das tentativas, ele bloqueava o número de telefone do criminoso, estratégia indicada pelo delegado para quem receber mensagens ou ligações de bandidos.

“Não dê conversa. Desligue e faça o bloqueio imediatamente. Em seguida, registre um boletim de ocorrência. Obviamente que quem recebe uma ameaça não fica tranquilo, mas nunca tive conhecimento que essas ameaças se confirmaram porque a pessoa não fez a transferência exigida pelos criminosos”.

“Eles sabem tudo da nossa vida”

No dia 10 de janeiro deste ano, por volta das 17h30, o professor e microempresário, que pediu para o seu nome ser preservado, recebe uma mensagem pelo WhatsApp. Era o início de um golpe. 

À reportagem, ele conta o que fez para não perder dinheiro, mesmo sabendo que os golpistas tinham todos os seus dados.  

A Tribuna -  Como foi a comunicação feita pelos golpistas? 

Professor -  Primeiro, eles mandaram uma mensagem pelo WhatsApp, falando que eram da facção Comando Vermelho. Não respondi nada. 

Eles insistiram, dizendo e comprovando que tinham todos os meus dados e da minha empresa.  Sou microempreendedor individual. Eles sabem tudo da nossa vida. Têm todos os nossos dados.

Como mantive o silêncio, eles ligaram pelo WhatsApp. A todo momento me chamavam pelo nome, perguntavam se eu estava ficando doido, diziam que iriam me pegar, porque eu tinha denunciado a facção deles, o que não era verdade. 

Chegaram a pedir dinheiro?

Não porque eu fiz o bloqueio do primeiro contato, com DDD 27. Só que eles insistiram e ligaram de outro número. Desta vez, com DDD 28, que também foi bloqueado. Daí, eles desistiram. 

Isso tirou a sua paz?

Não, pois sei que esses estelionatários digitais fazem ameaças e, quando não conseguem extorquir a vítima, partem para outro alvo.  Mas sei que tem gente que acaba cedendo e faz a transferência por medo de que as ameaças se confirmem.


SAIBA MAIS


Como é o golpe

Disfarce 

Golpistas, disfarçados de falsos traficantes e se passando por membros de facção criminosa, têm enviado  mensagens, vídeos  e até ligado pelo WhatsApp para vítimas e feito ameaças. 

Em algumas ameaças, eles prometem “derramar sangue” caso   as ordens impostas não sejam atendidas de imediato, no caso,  transferência via Pix na maioria das vezes. 

X-9

Imagem ilustrativa da imagem Golpistas se passam por chefões do tráfico para ameaçar vítimas
Objetivo dos golpistas é extorquir as vítimas, obrigando-as a fazer transferências, principalmente pelo Pix. |  Foto: © Divulgação

No primeiro contato, normalmente eles tentam intimidar a vítima, dizendo que ela é X-9 (a sigla é usada para quem dedura algo). 

Na sequência, os bandidos dizem que estão recebendo  informações de que  a vítima estaria  denunciando o tráfico de droga à polícia.  

Transferências de dinheiro

Sob pretexto de “perdoar a dívida”, os golpistas exigem que a vítima transfira dinheiro, geralmente via Pix. 

Para isso, os criminosos  revelam informações pessoais da vítima, mostrando que sabem de todos os passos, citando até mesmo o  endereço residencial e do trabalho. Falam também  da escola dos filhos.

Dicas de como agir

Se for o alvo, tente manter a calma, ignore as mensagens e faça o bloqueio do número do telefone do criminoso.

Mesmo se ele ligar de outros números, mantenha a mesma estratégia, pois ele vai acabar desistindo e vai procurar outra vítima, já que a finalidade  é conseguir dinheiro fácil.

Foi vítima?

Independente de ter feito transferência ou não, não deixe de registrar boletim de ocorrência. Esse tipo de crime tem feito vítimas no Estado desde o ano passado. 

A ocorrência pode ser registrada na delegacia mais próxima ou na  Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC),   na avenida Marechal Campos, 1.236, Bonfim, Vitória, das 9 às 17 horas.

Fonte: Polícia Civil.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: