Golpe do falso aluguel: criminosos fizeram ao menos 13 vítimas em Vila Velha
Imóveis de alto padrão eram anunciados. Prejuízo causado é superior a 300 mil reais
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Uma associação criminosa foi desmantelada pela Polícia Civil após diversas denúncias de golpes no ramo de aluguel de imóveis. Duas pessoas foram presas e uma terceira está foragida. Elas são acusadas de causar um prejuízo de mais de R$ 300 mil a pelo menos 13 vítimas no Estado.
Os golpistas agiam desde 2020 no mercado capixaba e possuíam uma empresa localizada em Vila Velha, onde negociavam alugueis de imóveis. Eles atuavam como corretores imobiliários, anunciando imóveis de luxo e fazendo de vítimas tanto as pessoas interessadas em alugar esses locais como também os donos destes imóveis.
Rikelly Polyana de Souza, de 44 anos e Mailson Machado, de 34, foram presos em novembro no ano passado. Além deles, Wanda Araújo Resende de Sousa, de 60 anos, também é envolvida no esquema, e está foragida. O caso foi divulgado nesta quarta-feira (31) pela Polícia Civil.
“Estávamos esperando o oferecimento da denúncia para mostrarmos as fotos deles", explicou o delegado Gabriel Monteiro, responsável pelo caso e chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).
Até o momento há treze boletins de ocorrência citando a organização criminosa sendo investigados pela delegacia, que juntos contabilizam 300 mio reais em prejuízos às vítimas. Além dos golpes ocorridos no Espírito Santo, foi descoberto também um caso no Rio de Janeiro com a participação da Wanda, que segue foragida e polícia acredita estar fora do país.
COMO AGIAM
Os criminosos criaram uma empresa registrada legalmente que atuava na consultoria imobiliária. A sede da empresa ficava em Vila Velha, mas sempre mudava de endereço e teve sua última localização na região da Prainha.
No local, eles eram procurados por pessoas interessadas em alugar imóveis. Alguns desses imóveis eram de locadores que procuravam os serviços de imobiliária oferecidos pelos golpistas, enquanto outros eles viam em anúncios de internet e fingiam estar alugando.
Após fechar um contrato com os locadores, eles ofereciam um desconto de cerca de 20% caso a pessoa pagasse os alugueis referentes ao período de um ano, dizendo também que este valor incluía a taxa de condomínio do local.
A oportunidade de pagar um valor menor no aluguel interessava as vítimas. Uma delas chegou a pagar 46 mil reais aos golpistas pensando estar quitando as parcelas pelo período anual. os imóveis eram de alto padrão e os alugueis giravam em torno de 3 mil reais.
Porém, em alguns casos, a vítima não chegava nem a receber as chaves do imóvel. Em outros casos ela chegava a morar no local por cerca de dois meses mas o valor do aluguel não era repassado ao locatário, que ao perceber o prejuízo precisava abrir uma ação de despejo contra quem estava morando no local.
"O locatário ficava no prejuízo e sem lugar para morar e o locador não recebia o dinheiro e também ficava com dívidas de IPTU e condomínio, porque ele achava que o locatário estava pagando", explicou o delegado.
PRISÕES
Mailson foi preso em Coqueiral de Itaparica em um imóvel cujo valor do aluguel era superior a 4 mil reais e Rykelly foi presa em Piracanga em um imóvel localizado de frente para a praia cujo valor do aluguel era de cerca de 7.500 reais. Wanda segue sendo procurada pela polícia.
Os envolvidos já foram denunciados e vão responder pelo crime de estelionato e associação criminosa, cuja pena tem cerca de sete anos de reclusão, multiplicado por treze, que é número de denúncias feitas.
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