Funcionários se trancam em salas e alunos deixam a Ufes após suspeita de ataque
Alguns alunos conversaram com a reportagem de A Tribuna
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Alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão indo embora do Campus de Goiabeiras, em Vitória, após uma ameaça de ataque, na manhã desta segunda-feira (10). Além dos estudantes, os funcionários da instituição se trancaram nos prédios e não estão permitindo a entrada.
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O repórter do Jornal A Tribuna Jonathas Gomes esteve no local e informou que muitos alunos já estão do lado de fora da universidade. Ele também tentou entrar em um dos prédios para buscar um documento e encontrou as portas fechadas e servidores informando que não deixariam ninguém entrar por conta da suspeita de atentado.
Em entrevista ao jornalista, uma estudante contou que estava no prédio de Pedagogia, por volta das 8h30, quando começaram a falar que uma menina armada com uma faca e um homem, que seria um namorado ou ex-namorado, com uma arma de fogo, entraram no prédio de Direito.
"Também falaram que tinha gente ferida. Agora está todo mundo aqui e ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Aparentemente é algo do tipo. Falam que a polícia já está aqui, mas tem gente que ainda nem sabe da notícia e ainda está nas salas de aula. Inclusive, eu estou esperando uma amiga minha para ir embora", relatou a estudante.
Ainda de acordo com ela, não houve nenhum protocolo para a liberação dos alunos. Os professores apenas foram liberando e, no momento, algumas pessoas se desesperaram e se jogaram no chão. Depois disso, todos foram saindo juntos do prédio, em direção a parte externa do campus.
RESPOSTAS
Em nota, a Administração Central da Ufes informou que:
"Na manhã desta segunda feira, 10, foi verificada uma suspeita de ameaça a uma estudante, no campus de Goiabeiras. Os seguranças que atuam na Ufes e a Polícia Militar foram acionadas e imediatamente compareceram ao local. As informações disponíveis até o momento é de que se trata de um incidente isolado, não havendo relação com a Universidade ou com sua comunidade. A estudante foi protegida e encaminhada para cuidados imediatos", diz o comunicado.
A Ufes ainda informou que o suposto agressor não foi localizado e a Diretoria de Segurança e Logística da Universidade continua apurando a situação. Mesmo assim, as atividades no campus de Goiabeiras estão mantidas.
Já o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal, no entanto, orientou que todos os centros acadêmicos e diretórios entrem em contato com seus professores e turmas, pedindo o "esvaziamento das aulas".
"Tomamos conhecimento de uma ameaça de ataque em nossa universidade e acreditamos que este tipo de ameaça deve ser levado muito a sério e que a segurança de todos os estudantes, professores e funcionários deve ser prioridade, mesmo se no final, for confirmado como boato", diz o comunicado do DCE.
Além disso, o diretório central também pediu que todos fiquem atentos e evitem circular pelos espaços da universidade que não sejam essenciais.
"Estamos em contato com os setores responsáveis para acompanhar a situação e garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para garantir a segurança de nossa comunidade acadêmica, o que passa pela criação de um protocolo de risco. O DCE está cobrando medidas urgentes da universidade e qualquer atualização relevante será compartilhada com vocês assim que possível", completou.
O Centro Acadêmico Roberto Lyra Filho - Direito da Ufes também se manifestou. Leia na íntegra:
Lamentamos o grave fato ocorrido nesta manhã, 10/4, nas dependências do Direito e do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, e exigimos uma rápida investigação por parte da Administração Central da Ufes, que envolva o efetivo de segurança interno e as polícias civil e militar.
Nos solidarizamos às estudantes e à turma diretamente envolvida que viveram esse momento de violência, que jamais deve ser repetida, e agradecemos aos docentes que agiram rapidamente para a proteção dos estudantes.
Essa situação demanda uma revisão do nosso sistema de segurança, bem como o treinamento e estratégias individuais e coletivas de autoproteção. Necessitamos de um Plano de Segurança que seja construído junto a toda comunidade acadêmica da Ufes.
Pedimos que evitem frequentar a Ufes hoje e compartilhar fotos, vídeos ou prints sobre o caso, pois isso não serve como conhecimento da situação, mas tão somente gera pânico, ansiedade e pode, infelizmente, instigar outras ações e com resultados piores.
Hoje as escolas do ES e do Brasil estão sob alerta diante dos que tentam causar o terror. Acreditamos que além da Operação Escola Segura, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e das Polícias Civis, que visa prevenir e reprimir as ações no ambiente escolar, também precisa alcançar os campi da Ufes.
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