Frentista foi assassinado por causa de fechada
Os três acusados de participar da morte de Leandro Assis foram presos. Crime ocorreu após discussão iniciada depois de uma fechada no trânsito
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“Foi uma discussão banal aliada à intolerância humana”. É assim que o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, começa a detalhar a morte de um frentista ocorrida após uma briga de trânsito motivada por uma fechada.
Agindo friamente, três criminosos acusados de participar da morte de Leandro Assis Ferreira, 28 anos, no Parque Residencial Laranjeiras, em 1º de outubro de 2023, foram presos. Um deles usava tornozeleira. A vítima foi atingida com cinco tiros – o primeiro à queima-roupa no peito e os outros pelas costas, quando ele estava caído no chão.
“Leandro tinha um Fiat Uno rebaixado, desviou de um relevo no asfalto (desnível) e invadiu a faixa da direita, fechando o Fiat Palio onde estavam os três acusados, dando início a uma discussão”.
O delegado e sua equipe começam a montar um quebra-cabeça e no dia seguinte ao crime localizaram as primeiras provas que levariam aos autores: imagens de videomonitoramento identificaram a placa do veículo usado no crime.
“Após um trabalho intenso de investigações, identificamos Fabrício Bahia Quirino, proprietário do Fiat Palio. Ele era monitorado por tornozeleira eletrônica após ser colocado em liberdade no processo que responde pelo crime de roubo”.
As investigações levaram a polícia aos outros dois acusados. Stanley Faria Fagundes Teixeira, apontado como o assassino, e Elissergio da Silva Gonçalves.
No dia do crime, Leandro e a esposa tinham saído de uma distribuidora em Jardim Tropical e seguiam pela avenida Eldes Scherrer de Souza, quando ocorreu a fechada.
Os acusados iniciaram uma discussão com troca de ofensas com a vítima, como “quer morrer?”, e xingamentos. “Após isso, Leandro, que também não ficou calado, seguiu e parou em uma distribuidora próxima a Rotatória do Ó, enquanto os ocupantes do veículo foram até José de Anchieta na casa de Stanley, buscaram um revólver calibre 38 e decidiram ir atrás de Leandro, sem saber se o encontrariam”.
No trajeto, cerca de 10 minutos depois da discussão, eles viram Leandro. “Ele estava em pé ao lado da esposa e do veículo dele. O Stanley desembarcou, segurou pela gola da camisa da vítima e atirou. Leandro foi socorrido, mas não resistiu.”
Os presos
Fabrício Bahia Quirino, 32 anos
Responsável por dirigir o veículo usado no crime, ele foi preso dia 13 de dezembro de 2023 quando saía de um bar no bairro José de Anchieta, na Serra. Ele confessou a sua participação no crime, segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori.
Fabrício cometeu o crime contra o frentista 45 dias depois de colocar a tornozeleira. Além disso, segundo Sandi Mori, ele fazia entregas de drogas por conta própria para compradores selecionados.
Stanley Faria Fagundes Teixeira, 29 anos
Apontado como o autor dos disparos de arma de fogo contra a vítima. Ele foi preso em Jucutuquara, Vitória, no dia 20 de dezembro do ano passado. Ele nega ter participado do crime, mas a polícia garante ter provas que apontam que ele matou o frentista com cinco tiros.
Elissergio da Silva Gonçalves, 24 anos
O acusado, de 24 anos, também se encontrava no carro utilizado no crime e auxiliou na identificação da vítima. Ele confessou a sua participação, de acordo com o delegado.
Indiciados
Os detalhes sobre o caso foram revelados nesta terça-feira (05), pois o delegado aguardou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e recebida pela Justiça. Agora, eles são réus.
Os três foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Além disso, Stanley e Fabrício foram indiciados por porte ilegal de arma de fogo. Se condenados, as penas podem chegar a 30 anos.
Análise - André Cerqueira, especialista em trânsito e membro do Movitran
"É preciso conviver em harmonia"
“Infelizmente, este crime não é o primeiro e nem será o último.
O ambiente do trânsito, até mesmo pelo estresse diário, lamentavelmente tem liberado gatilhos de agressividade.
Nós temos condutores com distúrbios e até mesmo com histórico criminal que acabam tendo comportamentos violentos que resultam até em mortes.
Para todos que estão no trânsito, evitem sempre discussões com outras pessoas e parar para bater boca; evite colar na traseira de outro carro; evite buzinar em excesso e sem necessidade, pode simbolizar uma ação agressiva; jamais feche outras pessoas e veículos.
O trânsito é formado por veículos e pedestres que precisam conviver em harmonia, compartilhando espaços. O ambiente nunca será de competição, sempre será de colaboração.”
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