Falso policial civil é preso por sequestrar e estuprar embaladora em Cariacica
Sequestrador agrediu a vítima com socos no rosto e no tórax, além de enforcamentos e estupros
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Uma embaladora de supermercado de 61 anos passou por momentos de terror no último final de semana. Ela foi sequestrada por um homem de 44 anos, que se dizia policial civil e que já teria mantido ela em cárcere privado entre o final do ano passado e o início deste ano. Ele foi preso no domingo (5) pela manhã.
O caso aconteceu no último sábado (4), em Cariacica. Segundo o filho da vítima, de 34 anos, ele recebeu uma ligação do sequestrador que dizia ter reatado o relacionamento com a sua mãe. “Ele começou com uma conversa fiada e eu pedi para falar com a minha mãe, que me confirmou a história, falando que eles iam recomeçar do jeito certo”, conta.
Depois disso, o filho conta que tentou falar com ela no dia seguinte e por volta de 9h30, o agressor atendeu o telefonema. “Cobrei ele, dizendo que eu queria ver a minha mãe pessoalmente, mas ele não queria deixar. Então ameacei chamar a polícia até que ele liberou”.
Segundo o filho da embaladora, eles marcaram de se encontrar em um terminal rodoviário de Cariacica e ele se deparou com a mãe de óculos escuros. Quando ela tirou o acessório do rosto, o que se viu foram as marcas do crime cometido pelo falso policial civil.
Os olhos dela estavam roxos e inchados por conta das agressões físicas que ela sofreu. Segundo a vítima, o falso policial civil utilizou uma faca para sequestrá-la em um ponto de ônibus e trancá-la na casa.
“Ele começou a falar que eu ficava dando confiança para homens, que mulher dele não podia usar maquiagem. Daí ele começou a me bater, jogar fora o batom que eu uso, foi me espancando. Depois disso, ele tapou a minha boca e foi tortura a noite toda”.
Segundo os relatos à polícia, o sequestrador agrediu a vítima com socos no rosto e no tórax, além de enforcamentos e estupros. O agressor até perguntou a ela se duvidava que ele a queimaria viva.
O homem de 44 anos foi autuado em flagrante por lesão corporal qualificada na forma da Lei Maria da Penha, ameaça, violência psicológica, sequestro e cárcere privado, dano ao patrimônio e estupro. Em seguida, foi levado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
Vítima foi mantida em cárcere privado no fim do ano passado
Do final do ano passado para o início deste ano, a embaladora de 61 anos passou por vários dias de tortura psicológica, agressões e muito medo. Ela foi mantida em cárcere privado na casa do falso policial civil em Cariacica.
No local, ela foi estuprada, sofreu ameaças, teve o seu olho direito furado e até o seu aparelho auditivo quebrado pelo indivíduo.
A história da embaladora de supermercado com o homem começou há dois anos. Eles se conheceram no local de trabalho dela e, fingindo ser policial, o indivíduo ganhou a confiança dela até chegar o ponto de levá-la a sua residência e iniciar os atos de tortura contra a vítima.
Segundo informações recebidas pela Polícia Militar, a vítima chegou a se abrir com ele sobre abusos sofridos em um relacionamento anterior. O indivíduo se ofereceu para protegê-la de outras agressões e convidou ela para eles se conhecerem melhor e ir à casa dele.
Segundo o filho da vítima, essa primeira aproximação aconteceu uma semana antes do Natal. "Parecia que ela tinha ido por livre e espontânea vontade. Uma semana antes do Natal, eu perdi o contato com ela até o começo de janeiro. Mas foi um contato muito estranho, parecia que alguém mandava ela falar por telefone”.
A vítima conta que, depois que foi para a casa do agressor, foi agredida e mantida em cárcere privado. Durante o período, ela foi trabalhar por apenas quatro dias, sendo vigiada pelo sequestrador. Depois disso, o homem forçou a embaladora a pedir demissão para ficar com o dinheiro dela.
“Ele deixou eu trabalhar, mas sempre ficava lá vigiando. Ele via que eu atendia bem os clientes, aí me prendeu na casa dele”.
Embaladora teve um dos olhos furados pelo agressor
No pedido de demissão, a chefe da embaladora teria desconfiado do que estava acontecendo e acionou o filho da vítima, que chamou a polícia. Ao chegar no supermercado, a mulher de 61 anos teria passado mal e sido socorrida pela equipe policial. Já o agressor teria fugido.
Em relato à polícia, a vítima não sabe dizer quantos dias ao todo ela ficou em cárcere privado, mas lembra ter passado o Natal e o Ano Novo em cativeiro. “Eu perdi a noção de tudo. Estando presa, a gente não sabe o tempo que a gente fica”, completa.
Durante o período que ela esteve trancada na casa dele, sofreu uma série de agressões físicas e psicológicas. Ela mantinha relações sexuais com ele contra a vontade dela, sendo espancada caso recuasse, e teve o olho direito furado pela unha do torturador, entre outras agressões.
“Ele me fez tirar o aparelho auditivo para que eu não ouvisse as pessoas chamarem por mim. Se ele me visse de aparelho, eu apanhava também. Falava também que a vizinhança toda era a favor dele e que se ele fosse preso, me matava com tiro”.
Ela também conta que além da tortura, teria perdido até os móveis de sua casa. “Ele pegou meu dinheiro de 13º, pagamento, cartão, chave da minha casa e vendeu meus pertences”, relatou.
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