“Eu quero que seja feita justiça”, desabafa vereadora que teve filho morto
Nova perícia da Polícia Civil constatou que o adolescente que confessou o crime não foi o responsável pelo disparo que vitimou Pedro Henrique Crizanto
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Um crime que chocou o Espírito Santo, em 1º de fevereiro do ano passado, acaba de sofrer uma reviravolta. De acordo com nova perícia da Polícia Civil (PC-ES), o adolescente que confessou o assassinato de Pedro Henrique Crizanto, de 20 anos, com um tiro na cabeça, na verdade não seria o autor do disparo.
Por meio de nota, a PC-ES divulgou o surgimento de "novas provas que envolvem uma terceira pessoa envolvida", além de uma perícia realizada no Rio de Janeiro que "identificou que o adolescente não teria sido o autor do disparo contra a vítima, mesmo tendo confessado o assassinato."
A PC-ES informou também que “o real atirador foi identificado, sendo um indivíduo que já está preso por outro homicídio, desde março do ano passado. O inquérito está em fase final de oitivas e diligências, para que haja indiciamento do envolvido e encaminhamento das informações ao Ministério Público."
Relembre o caso
Pedro Henrique Crizanto, de 20 anos, filho da vereadora de Vila Velha Patrícia Crizanto, foi morto em 1º de fevereiro de 2023, durante uma confusão generalizada em um ensaio da Mocidade Unida da Glória (MUG), tradicional escola de samba capixaba.
De acordo com a polícia, o episódio teria envolvido integrantes do tráfico de drogas local, além de pessoas que acompanhavam o evento.
Na época, um adolescente de 17 anos foi detido e confessou que atirou no jovem, após a vítima derrubar a arma que ele portava no chão.
Patrícia Crizanto, mãe de Pedro Henrique: “Eu quero que seja feita justiça”
Mãe de Pedro Henrique Crizanto, de 20 anos, morto com um tiro na cabeça no Sambão do Povo, no ano passado, Patrícia Crizanto conversou com a reportagem de A Tribuna e contou como tem sido este 1 ano e 2 meses de busca por justiça.
A Tribuna – Como foi para a senhora chegar a nova perícia?
Patrícia Crizanto – "Nos dias seguintes ao crime, eu fui ao Sambão, aos arredores, busquei a Guarda Municipal, procurando por imagens. E junto com familiares, fomos juntando todas que conseguíamos, como das redes sociais, que eu nem consigo ver.
E então, com a orientação de nosso advogado e por meio do Ministério Público, conseguimos a realização dessa perícia com esse equipamento no Rio de Janeiro. Ele analisa as várias imagens em diversas resoluções."
- Como a senhora se sentiu ao saber que não foi o menor que matou seu filho e, sim, outra pessoa?
"Em nenhum momento meu coração ficou em paz, mesmo entendendo que a Polícia Civil fez tudo o que estava ao seu alcance na época."
- Como a senhora se sente agora?
"Eu busquei provas para que o processo não fosse concluído sem que os verdadeiros culpados fossem punidos. Naquele dia, meu filho tinha trabalhado o dia inteiro."
- O tiro acertou Pedro Henrique, mas nos acertou pela vida inteira.
"Eu não tenho desejo de vingança, porque eu não quero que ninguém passe o que eu estou passando. Eu quero que seja feita justiça, pois a justiça é que traz a paz."
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