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Polícia

Estado já teve 44 crianças e adolescentes desaparecidos este ano


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Imagem ilustrativa da imagem Estado já teve 44 crianças e adolescentes desaparecidos este ano
Maria Cristina aguarda notícias do filho Leony Henrique, que desapareceu em 2019 quando tinha 17 anos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

O número de adolescentes e crianças desaparecidas no Estado este ano já chama atenção: de janeiro a abril, pelo menos 44 registros foram feitos em delegacia. Os dados da Polícia Civil equivalem a uma média de 11 casos por mês.

Segundo levantamento feito pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas, dos 44 registros, 42 são de adolescentes, que, na maioria dos casos, fugiram de suas casas. Apenas dois casos são de crianças, algumas vítimas de abusos sexuais, que, para se livrarem da violência, também acabam fugindo.

As meninas de 12 anos a 17 anos são as que ganham destaque no grupo de adolescentes que sumiram este ano.

De acordo com o titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, delegado Wanderson Prezotti, a maioria delas foge de casa por questões simples, que poderiam ser tratadas com a família.

“Muitas não encontram um ambiente fértil para o diálogo dentro de suas casas, não conseguem se expressar em pensamentos e acabam fugindo”, disse o delegado.

Além dos problemas familiares, o envolvimento com as drogas também leva esses adolescentes a fugirem de suas casas e, consequentemente, ao desaparecimento. Alguns deles são encontrados, inclusive, mortos.

Independentemente dos motivos que levam os adolescentes e as crianças a fugirem de suas casas, quem mais sofre com o desaparecimento são as famílias. É o caso da auxiliar de serviços gerais Maria Cristina Alvis, de 44 anos, mãe de Leony Henrique Alvis, que desapareceu em janeiro de 2019, quando ele tinha 17 anos.

O garoto saiu da casa da avó no bairro Santo André, em Cariacica, afirmando para a mãe que iria encontrar os amigos, mas não retornou para casa. Um boletim de ocorrência foi registrado na época, mas até hoje a família não tem notícias do paradeiro do garoto.

“Esses dois anos têm sido muito difíceis. É muita saudade e dor por não saber onde ele está. A gente vive no escuro, sem saber o que aconteceu. Eu peço que se alguém souber de algo, até mesmo para falar se fizeram algo com ele, que me procurem”, disse a mãe.

A Polícia Civil informou que o inquérito que apura o desaparecimento de Leony continua em aberto e, para não atrapalhar as investigações, outras informações não serão repassadas.

Espera pela filha já completa 9 anos

Imagem ilustrativa da imagem Estado já teve 44 crianças e adolescentes desaparecidos este ano
Amanda Correia da Silva está desaparecida desde agosto de 2012, quando saiu de casa dizendo que iria a uma festa |  Foto: Acervo Pessoal

Há quase nove anos, a vida da doméstica Elisa Regina Correia, de 50 anos, se resume em trabalhar e olhar para a porta de sua casa, à espera de sua filha, Amanda Correia da Silva, desaparecida aos 15 anos em Vila Barbosa, em Castelo.

A garota, que saiu de casa em agosto de 2012, dizendo que iria a uma festa, nunca mais foi vista pela família e por amigos. Um boletim de ocorrência foi registrado na época, bem como um inquérito policial, que continua em aberto, mas sem detalhes do que possa ter acontecido com Amanda.

Para a mãe da menina, cada dia, mês e ano sem a notícia da filha só fazem aumentar a ferida provocada pelo seu desaparecimento.

“O que é mais difícil é não saber o que de fato aconteceu. É uma angústia que eu não desejo para ninguém, para mãe nenhuma. É um sofrimento que não tem fim. Sempre olho para porta e espero ela entrar”, disse a doméstica.

De acordo com a família, no dia de seu desaparecimento, Amanda teria dito à mãe que iria para a festa acompanhada de uma amiga.

Na época do caso, segundo a polícia, clientes do estabelecimento onde aconteceu a festa teriam dito que não chegaram a ver a moça.

Imagem ilustrativa da imagem Estado já teve 44 crianças e adolescentes desaparecidos este ano
Família procura por Amanda há 9 anos |  Foto: Acervo Pessoal

A garota teria passado uma mensagem de texto para a amiga, logo depois que saiu de casa, pedindo socorro, mas, quando a amiga retornou o contato, não conseguiu falar com Amanda.

Mesmo após nove anos do desaparecimento da adolescente, sua família não perdeu a esperança de encontrá-la com vida.

“Até hoje eu fico à espera de notícias da minha filha, de uma ligação e tenho fé em Deus que vamos conseguir achá-la”, disse Elisa Regina, emocionada.

Para tentar localizar o paradeiro da adolescente, seus familiares já fizeram vários cartazes e espalharam por toda região. Segundo Elisa, quase toda semana ela entra em contato com a delegacia que apura o desaparecimento da filha.

“Quando eu não ligo, outros parentes entram em contato. Uma hora eu vou ter notícias. Não posso perder a esperança. Ela é o que nos move”, disse.

O caso

Amanda tinha 15 anos quando desapareceu no dia 11 de agosto de 2012, em Vila Barbosa, cidade de Castelo, no Sul do Estado.
A menina saiu de casa dizendo para a família que iria em uma festa na região na companhia da amiga, mas nunca mais foi vista.

Um inquérito policial foi aberto e continua até hoje em apuração. Caso alguém tenha alguma informação sobre o paradeiro de Amanda, é preciso entrar em contato com um dos telefones informados na tabela abaixo desta reportagem.

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