"Elas mataram minha filha por inveja", diz mãe de agricultora assassinada
Dez dias após o assassinato da agricultora Thamires Lorençoni Mendes, de 26 anos, morta com três tiros no dia 30 de novembro, em Vargem Alta, na região Serrana, a família do casal tenta se adaptar à ausência dela.
As crianças, um menino de 3 anos e duas meninas de 7 e 8 anos, estão com a avó. “Perdi minha filha e agora vão ficar os netos sem a mãe”, disse a mãe de Thamires, a comerciante Débora Maria Lorençoni, 51.
Com a foto da filha na tela do celular e o olhar distante, carregado de lembranças da filha, a comerciante conversou com A Tribuna em sua casa e contou que já não tem mais lágrimas para chorar a perda da filha.
A Tribuna – Como está a senhora agora, depois do crime?
Débora Lorençoni – Não tenho mais lágrimas de tanto que chorei pela minha filha. Nem sei quando terei lágrimas novamente. Se a gente tem uma filha que usa drogas, até espera que possa acontecer. Mas Thamires só sabia trabalhar e cuidar dos filhos. Perdi minha filha e agora vão ficar os netos sem a mãe. Uma está com febre, vomitando. O pequeno não come.
Qual a lembrança que fica?
Minha filha era amorosa com todo mundo. Gostava de ajudar. Na feira, o que sobrava doava para os outros. Não vivia na casa de ninguém fofocando para vir essas duas (Sula e Flávia) e fazer isso com ela. Destruíram minha vida.
Como está seu genro?
Ele está morrendo aos poucos. Está acabado. Emagreceu. Disse que está com um nó na garganta e não consegue comer, inconformado. Acabaram com a vida dele.
Vocês desconfiavam delas?
Desde o início. Minha filha e o marido estavam reformando a casa embaixo (da delas) para se mudar para lá. A madrasta dele e a filha moravam no andar de cima, com o pai de Gedson. Ela (a madrasta) falava que para aquela casa ela não ia. Que estavam fazendo à toa. Mas nunca imaginaria que iriam fazer isso com minha filha.
O que motivou o crime?
As duas não iam aguentar a felicidade dos dois. Eles se amavam de verdade. Eles eram felizes. Acharam que iam ficar impunes. Elas não imaginavam que iriam ser presas. As duas mataram minha filha por ciúme e inveja. Não iriam suportar um casal tão feliz debaixo da casa delas. A menina era apaixonada pelo Gedson, mas ele não correspondia.
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