Dona de casa perde mais de R$ 12 mil durante sequestro em Jardim da Penha
“Sou menor e não vai dar nada pra mim”, disse um dos adolescentes durante o sequestro-relâmpago
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“Sou menor e não vai dar nada pra mim, mas se você reagir, vai sofrer as consequências”, foi o que uma dona de casa, de 60 anos, ouviu durante um sequestro-relâmpago há cerca de 15 dias, em Jardim da Penha, Vitória.
Ao todo, a dona de casa perdeu mais de R$ 12 mil e ficou na mira de três criminosos por cerca de três horas.
“Por volta das 17 horas, eu estava saindo da minha garagem quando um adolescente entrou armado e assumiu o volante, só que ele não conseguiu dirigir e me obrigou a ficar no carro”, contou a mulher.
Sob ameaças, a vítima seguiu dirigindo até a Orla de Camburi, em Vitória, onde tinha um outro assaltante esperando o adolescente chegar.
No local, o segundo criminoso assumiu o volante e dentro do carro começaram a extorquir a vítima pedindo a senha dela.
“Entraram no PicPay e usaram o cartão lá, fizeram empréstimo e tudo. Eles ameaçavam dizendo que se eu não colaborasse eu poderia sofrer graves consequência”.
CASOS
Segundo o coordenador da Associação de Moradores de Jardim da Penha, Peterson Pimentel, os alvos dos criminosos são mulheres, em maioria, quando estão estacionando ou com o carro parado.
“Foram seis casos desde novembro. Os crimes se repetem e os moradores pedem por mais medidas de segurança como a instalação e manutenção de câmeras”.
Enquanto a segurança não é reforçada, o morador tenta se proteger como pode.
Ainda segundo Peterson, a coordenação de segurança do bairro já identificou que a maioria dos crimes de Jardim da Penha é praticada por criminosos infiltrados no grupo de moradores em situação de rua.
Segundo ele, há a possibilidade desses sequestradores estarem observando as vítimas em suas rotinas usando o disfarce e agindo nos momentos oportunos de falta de atenção das vítima.
Outros casos em Jardim da Penha
Mulheres são as principais vítimas
Junho
Uma corretora de imóveis foi vítima de um sequestro-relâmpago em uma rua próximo à Rua da Lama, no bairro Jardim da Penha, em Vitória.
A vítima estava parada em seu carro, lendo mensagens no celular, quando foi abordada por um homem armado que a fez refém por cerca de uma hora e meia.
Além do sequestro, o homem revirou o carro da vítima em busca de algo de valor.
Foram levados dinheiro e o notebook da mulher, além de cartões bancários.
Outubro
advogada de 29 anos foi sequestrada dentro da garagem do prédio onde mora, no bairro Jardim da Penha, em Vitória, e ficou refém dos criminosos por mais de duas horas.
Os criminosos queriam o dinheiro por transferência bancária. Ela tinha R$ 1,4 mil no banco, mas os criminosos desistiram do Pix e dirigiram até um posto de combustíveis.
Um deles fingiu ser amigo da mulher, que foi ao caixa eletrônico, sacou o dinheiro e entregou para eles dentro do veículo.
Novembro
Uma mulher grávida foi vítima de um sequestro-relâmpago, no bairro Jardim da Penha, em Vitória.
A gestante contou que saía com o carro, quando um homem, que passava pela calçada, tirou uma arma da cintura e a obrigou a abrir a porta.
No total, a vítima passou 15 minutos de terror com o bandido e perdeu R$ 3 mil, enviados para três contas diferentes.
Dezembro
Duas mulheres foram sequestradas, no bairro Jardim da Penha, por um homem armado, em situações diferentes.
Uma das vítimas chegava perto do portão de casa quando foi abordada pelo criminoso, que a ameaçou com uma arma de fogo e a obrigou a dirigir.
A mulher entregou R$ 7 mil, além dos cartões.
Ao mesmo tempo em que militares atendiam a mulher na delegacia, um homem foi ao local e entregou um celular e documentos pessoais da outra vítima de sequestro que teria acontecido horas depois, pelos mesmos criminosos.
Já no último dia 13, uma dentista, de 43 anos, foi abordada por bandidos quando saía do pilates, em Jardim da Penha, Vitória.
Os criminosos seguiram pela Orla de Camburi, sentido Serra, fazendo ameaças durante todo o percurso e exigindo as senhas dos aplicativos de bancos, até conseguirem realizar um Pix de R$ 500.
Fonte: Polícias Civil e Militar.
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