Caso Íris Rocha: polícia conclui inquérito e pede prisão preventiva de ex-namorado
Motivação do crime seria a dúvida da paternidade da criança que a enfermeira esperava. No entanto, exames de DNA comprovaram que o suspeito era o pai
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A Polícia Civil (PCES) concluiu, nesta segunda-feira (18), as investigações sobre a morte de Íris Rocha, enfermeira grávida de 30 anos que foi encontrada morta e coberta por cal na localidade de Carolina, no município de Alfredo Chaves.
O corpo de Íris foi encontrado no dia 11 de janeiro, com marcas de disparo por arma de fogo. Uma semana depois, no dia 18 de janeiro, o suspeito, Cleilton Santana dos Santos, ex-companheiro da enfermeira, foi detido em Viana.
De acordo com as investigações da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, no dia 10 de janeiro, Cleilton foi visto buscando Íris no local onde ela trabalhava, e, a partir desse momento, amigos e familiares perderam o contato com a vítima.
No dia 11 de janeiro, pessoas relataram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina — o que levou a equipe policial ao local onde o corpo de Íris estava. A enfermeira estava coberta por cal a uma distância de, aproximadamente, um metro da estrada.
"A perícia revelou que a vítima estava grávida, não tendo sido possível salvar o bebê. Íris Rocha foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila e um na têmpora acima do olho direito", afirmou a Polícia Civil, em nota.
Arma usada no crime era registrada
Segundo a titular da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória Pessotti, a arma utilizada no homicídio era registrada no Exército como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e foi apreendida na residência do ex-companheiro de Íris, principal suspeito do crime.
“Por meio do exame de microcomparação balística, foi confirmado que a arma foi utilizada no crime. Exames adicionais demonstraram que os estojos encontrados no local do crime foram percutidos pela mesma arma apreendida na casa do autor, que utilizou a própria arma de fogo registrada para cometer o crime”, disse a delegada.
A perícia do veículo ainda não foi realizada, e o celular da vítima não foi encontrado. “Destaca-se que não foram encontrados indícios na residência de Íris que comprovasse a ocorrência do crime no local, reforçando a evidência de que fato ocorreu em Alfredo Chaves”, disse Maria da Glória Pessotti.
Motivação do crime
A investigação da Polícia Civil concluiu que a possível motivação do crime estaria ligada ao fato de Cleilton ter expressado ao pai a dúvida sobre a paternidade do filho que Íris esperava. No entanto, os resultados do exame de DNA comprovaram que ele era o pai da criança.
Prisão preventiva
Juntamente com a conclusão do inquérito, um pedido de prisão preventiva de Cleilton foi realizado pela polícia. A solicitação foi encaminhada para a análise e decisão do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
"O suspeito responderá na Justiça por crimes de homicídio qualificado cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio), ocultação de cadáver e aborto, uma vez que ele interrompeu a formação do neném, sem o consentimento da mãe", explicou a PCES.
Cleilton está preso desde o dia 18 de janeiro, quando foi localizado pela polícia em Viana. No dia 15 de fevereiro, a Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e prorrogou a prisão temporária do suspeito.
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