Ataques em escolas no ES: Veja como foi a prisão do atirador
Cinco horas depois do crime, o jovem foi preso em uma das casas de sua família, no mesmo município
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O adolescente de 16 anos concluiu na manhã de ontem, nas duas escolas de Coqueiral de Aracruz, um crime com riquezas de detalhes que planejou nos últimos dois anos. Foram mais de 700 dias em que o acusado pensou como e onde tiraria a vida de pessoas inocentes.
A informação foi repassada pelo governador do Estado, Renato Casagrande, durante uma coletiva de imprensa na tarde de ontem. “Ele planejou esse fato durante dois anos, mas o motivo ele não falou qual”, afirmou o governador.
Na manhã de ontem, o adolescente acordou, vestiu uma roupa camuflada parecida com a de militares do Exército, inclusive cobrindo o rosto, e, em seguida, foi até o cofre do pai, que é policial militar, para buscar as armas dos crimes.
Já de acordo com o delegado que acompanhou o caso, Leandro Sperandio, o adolescente, durante os dois anos em que planejou o crime, conseguiu descobrir a senha do cofre em que o pai guardava as armas.
Ainda segundo o governador, o adolescente usou duas armas, sendo uma da Polícia Militar e uma de uso pessoal do pai dele. Com elas, ele pegou o carro do pai, um Renault Duster dourado, foi até a primeira escola e praticou o crime.
“Houve um planejamento de ataque, mostrando como a cultura de violência está presente em algumas pessoas e, infelizmente, em alguns jovens. Isso é um problema de saúde mental que a sociedade hoje está enfrentando. A gente tem que cuidar das nossas famílias e cuidar das nossas escolas com saúde pública”, disse.
O atentado aconteceu em duas escolas e resultou em 13 feridos e três mortos. Segundo o delegado-geral José Darcy Arruda, o adolescente não tinha um alvo definido na escola e, a princípio, chegou atirando em pessoas aleatórias.
De acordo com a prefeitura, o atentado aconteceu na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti, que fica em Coqueiral de Aracruz e, em seguida, no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), de ensino privado.
O acusado teria entrado na escola Primo Bitti, na sala dos professores e em outras salas, com uma pistola e vários carregadores e efetuado os disparos.
Após o atentado na escola estadual, o acusado saiu no carro Renault Duster dourado em direção ao colégio particular, onde fez a mesma coisa.
ENTENDA COMO OCORREU A PRISÃO
> Cinco horas depois dos ataques, o jovem foi preso em sua casa de praia, em Marazul, também em Aracruz, em uma operação que contou com a parceria das forças de segurança do Estado.
Veículo monitorado
> O veículo que ele usava foi monitorado pelo serviço de inteligência da Polícia Rodoviária Federal e apreendido na garagem da sua casa, em Coqueiral de Aracruz. As informações foram compartilhadas com as demais forças de segurança.
Confissão
Ainda na casa de praia, inicialmente, ele teria negado os fatos. No entanto, posteriormente, confessou que cometeu os ataques, sem revelar o motivo.
> O jovem levou os policiais até a casa da família, em Coqueiral de Aracruz, onde também estavam as armas e roupas usadas no crime.
> Durante todo o procedimento da polícia, o adolescente foi acompanhado pelos pais. Policiais disseram que durante a apuração dos fatos o atirador também seria ouvido por um promotor de Justiça.
Motivação
> Em uma investigação complexa, há muitas perguntas a serem respondidas, principalmente o que poderia ter motivado um crime tão cruel.
Laudo psicológico
À polícia, os pais do adolescente apresentaram um laudo psicológico do jovem. O teor do documento, contudo, não foi divulgado, na ocasião.
Fonte: Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e testemunhas
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