Adolescente grávida é agredida com chutes na barriga pelo companheiro na Serra
Escute essa reportagem

Uma adolescente de 16 anos, que está grávida de três meses, foi espancada pelo companheiro no bairro Hélio Ferraz, na Serra. De acordo com o boletim de ocorrência, a jovem levou chutes na barriga e socos no rosto.
As agressões teriam começado na quinta-feira (27) e a vítima só foi socorrida no início da noite de sábado (29). Segundo a mãe da adolescente, o companheiro chegou em casa bêbado e acusou a jovem de traição.
“Ele chegou da casa da vizinha bêbado. Antes de ir para o quarto, ele veio me alisar, passou a mão em mim quando eu estava deitada no sofá. Eu falei com ele para não fazer aquilo porque eu pegaria minhas coisas e iria embora. Ele disse que eu não precisava ir embora, que me deixaria quieta. Nisso, ele entrou para o quarto e começou a discutir com ela. Depois, ele acendeu a luz da sala e falou para mim: ‘vem aqui para você ver o que eu vou fazer com a sua filha’. Ele chamou ela para a sala e falou que ia esfaquear ela todinha. Eu pedi pelo amor de Deus para ele não bater nela e ele me mandou calar a boca porque ia sobrar para mim também”, contou a doméstica de 40 anos, que também está grávida de quatro meses.
A mãe da jovem contou que a filha quase desmaiou após o companheiro acertar uma pedrada na cabeça dela. “Ele pegou uma pedra e falou que ia afundar a cabeça dela. Ela tonteou e eu a segurei para ela não cair. Ele ia matar minha filha. Eu nunca tinha assistido uma cena dessa. Como mãe, para defender minha filha, eu faço qualquer coisa. Não deixaria ela sozinha naquela situação”, disse.
A mãe da adolescente disse ainda que o agressor queria que ela interrompesse a gestação. “Ele falou que ia comprar o remédio para ela abortar. Eu falei que não teria como porque a criança já está grande, que ele mataria a minha filha. Ele falou que a única coisa que ele queria era ver ela sangrando, que ela ia ficar na UTI e morreria aos poucos”.
O agressor saiu de casa e deixou mãe e filha ficaram trancadas. No início da noite de sábado (29), um familiar foi até o local e arrombou a porta. A adolescente foi socorrida por parentes com dores na barriga e encaminhada para a Maternidade de Carapina.
“Ligaram para o meu marido falando que era para socorrer a sobrinha dele porque se não, ela seria morta. Arrumamos um carro para buscá-la e chegando lá, ela estava com a cara toda inchada e cheia de hematoma. No meio do caminho para a maternidade eu já acionei o 190. O policial me orientou a chegar lá e fazer os exames. Ela fez os exames e não deu nada nem com ela nem com o bebê. Orientaram a ligar de novo para o 190 para uma viatura buscar a gente e levar para a Delegacia da Mulher”, disse uma tia da jovem, que não será identificada.
Até o fechamento dessa reportagem, o companheiro da adolescente não havia sido localizado pela polícia.
A tia da jovem espera que a sobrinha não perdoe o agressor. “Eu espero que ela tenha juízo, que não volte para ele mais. Porque se ela voltar, ele mata ela e a criança. O que eu não quero para as minhas filhas, eu não quero para ela”, desabafou.
Outro lado
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, devido a vítima ser menor de idade.
"A vítima esteve na Delegacia de Plantão Especializado da Mulher da Região Metropolitana (Pem) e solicitou medida protetiva de urgência. O suspeito não foi detido até o momento. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada".
Comentários