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Polícia

Adolescente capixaba usava jogos para estupro virtual de meninas

Uma das vítimas seria uma jovem de São Paulo. Acusado foi apreendido, mas o caso tramita em segredo de Justiça


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Imagem ilustrativa da imagem Adolescente capixaba usava jogos para estupro virtual de meninas
Capixaba foi pontado pela Polícia Federal como um dos principais suspeitos de usar a internet para ameaçar, humilhar e obrigar meninas do País inteiro a se automutilarem |  Foto: Reprodução/Canva

Por trás de perfil em um jogo on-line, um adolescente de 17 anos de Vila Velha se passava por uma pessoa amigável. Mas as conversas com meninas menores de 14 anos aos poucos revelavam um cenário cruel. Ele foi acusado de estupro virtual.

O adolescente foi um dos alvos de investigações desse tipo de crime realizadas pelo Ministério Público Estadual, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nos últimos três meses.

Uma das vítimas seria uma adolescente de São Paulo. Já o acusado foi apreendido, mas o caso tramita em segredo de Justiça.

Além do adolescente, promotores de Justiça ainda concluíram a investigação que resultou na prisão e denúncia de um homem de 50 anos, de fora do Estado. Nesse caso, uma das vítimas seria do Espírito Santo. O caso também tramita no judiciário em segredo de Justiça.

O coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Tiago Pinhal, explicou que, de forma geral, esses crimes ocorrem com um primeiro contato de criminosos com crianças e adolescentes por meio de jogos infantis, como o Roblox, e plataformas de conversas, como o Discord e WhatsApp.

“Em todos os casos estabelece-se uma relação de confiança por meio de conversas aparentemente inofensivas. Então, as vítimas são submetidas a desafios, com violações gradativas a direitos”.

Ele explicou que os criminosos pedem às vítimas, por exemplo, o envio de fotos e vídeos íntimos que servem, posteriormente, como material de ameaças para que enviem mais conteúdos.

“A vítima sente que não pode mais sair daquilo, por isso é um crime muitas vezes silencioso”.

Diante dos casos, o promotor de Justiça fez um alerta para atenção dos pais. “Os jogos e aplicativos em si não são problemas, mas a vulnerabilidade de crianças e adolescentes sem uma supervisão de pais ou responsáveis nesses ambientes”.

Ele fez ainda um paralelo a espaços públicos, como ruas, praças ou parques. “O ambiente virtual, sem nenhum monitoramento, é como se a criança ou adolescente fosse deixada sem qualquer olhar em um espaço público”.

Denúncias

O promotor frisou, ainda, que o Ministério Público Estadual está à disposição dos pais ou responsáveis para atender todo tipo de demanda dessa natureza e que conta com serviços especializados para esses atendimentos.

Regras claras e diálogo para proteger filhos

A investida de criminosos contra crianças e adolescentes na internet acende o alerta para que pais redobrem os cuidados com o uso de dispositivos eletrônicos. Regras quanto ao uso e o diálogo estão entre as formas de proteger filhos.

O especialista em segurança digital Eduardo Pinheiro ressaltou que pais de crianças e pré-adolescentes que utilizam internet, redes sociais ou jogos on-line devem manter uma comunicação aberta e constante com os filhos a respeito dos riscos on-line.

“É importante encorajar os filhos a relatarem qualquer experiência desconfortável no mundo digital, estabelecer regras claras para o uso da internet, fazer uso de ferramentas de controle parental e se manterem ativamente envolvidos na vida digital deles”, salientou.

Ele destacou ainda que é essencial criar um ambiente de confiança para que os filhos saibam que podem contar com o apoio e a orientação dos pais.

Como agem os criminosos

Primeiro Contato

Usando espaços de jogos on-line ou mesmo plataformas de conversas usadas por jogadores, criminosos conhecem as vítimas e iniciam conversas. Geralmente se passam por pessoas da mesma idade.

Confiança

Com o tempo, os criminosos ganham a confiança dos alvos e passam a propor alguns desafios às vítimas.

Vídeos e fotos

Vítimas são levadas a enviar fotos e vídeos íntimos aos criminosos. Eles passam, então, a fazer ameaças para que novas imagens sejam enviadas.

Como proteger os filhos

Comunicação Aberta

Mantenha comunicação aberta e constante. Encoraje-os a compartilhar suas experiências on-line e a relatar comportamento inadequado.

Educação

Eduque os filhos sobre riscos, explicando perigos do compartilhamento de informações pessoais, fotos ou vídeos e enfatize a importância de não confiar em estranhos on-line.

Regras Claras

Estabeleça regras claras sobre o uso da internet, redes sociais e jogos on-line. Defina horários e limites de tempo para o uso de dispositivos.

Controle Parental

Utilize ferramentas de controle parental para monitorar as atividades on-line dos filhos, limitar o acesso a conteúdo inadequado e receber alertas.

Sinais de Risco

Ensine os filhos a reconhecerem sinais de assédio ou comportamento inadequado, como mensagens ofensivas, chantagem ou solicitação de imagens íntimas, além de acompanhar as atividades on-line.

Fonte: Eduardo Pinheiro, especialista em segurança digital.

Outros casos

Vítima do Estado

Um universitário de 29 anos foi preso em novembro de 2022 e confessou ter abusado de mais de 30 crianças e adolescentes por meio de crimes virtuais.

Ele se passava por adolescente da mesma faixa etária para se aproximar e propor desafios.

Na lista das vítimas já identificadas pela Polícia Federal há uma estudante que tinha 13 anos na época do crime e que mora no Espírito Santo. O homem foi preso em São Paulo.

Ameaça e mutilação

Apontado pela Polícia Federal como um dos principais suspeitos de usar a internet para ameaçar, humilhar e obrigar meninas do País inteiro a se automutilarem, um adolescente capixaba de 17 anos foi apreendido em julho deste ano.

Segundo a polícia, ele era um dos suspeitos que mais atuava cometendo estupros virtuais em plataformas de jogos on-line, e por isso é conhecido nacionalmente.

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