Acusado de matar Gerson Camata divide cela com ex-pastor preso pelas mortes de filho e enteado
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Em depoimento que durou cerca de cinco horas, o acusado de matar o ex-governador Gerson Camata contou que recebe conselhos espirituais do ex-pastor Georgeval Alves, preso em 2018 pela morte do filho e enteado, com quem divide cela.
O julgamento de Marcos Venício Moreira Andrade, de 69 anos, teve início na terça-feira (3), durou mais de 12 horas e recomeça às 10 horas desta quarta (4), no Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, no Centro de Vitória.
Marcos Venício Moreira Andrade citou o ex-pastor ao falar que tudo o que acontece na vida tem relação com as coisas espirituais. O ex-assessor de Gerson Camata disse ainda que vem recebendo orientação divina através de Georgeval.
Durante o depoimento o ex-assessor confessou que atirou em Camata pela frente, mas negou que tivesse planejado o crime. Aos prantos, disse que “nunca imaginou que tiraria a vida de alguém”, principalmente de uma pessoa de que ele tanto gostava.
Sentença vai ser definida hoje
O Conselho de Sentença do júri popular é composto por sete mulheres e a sentença será definida nesta quarta-feira.
O crime aconteceu no dia 26 de dezembro de 2018, por volta das 17 horas. O ex-governador havia acabado de comprar um livro e falava com colegas em frente a uma banca de revista que fica na Praia do Canto, em Vitória, quando foi abordado pelo ex-assessor Marcos Venício.
O acusado, que portava uma arma de fogo, segundo testemunhas, chegou dizendo que queria conversar com Camata e logo em seguida, após dizer que “era injusto”, atirou contra a vítima, que morreu no local aos 77 anos.
Marcos foi preso em flagrante horas depois do ocorrido e, no dia seguinte, teve a prisão temporária convertida em preventiva.
Em 2019, ele confessou o crime em interrogatório prestado ao juiz Felipe Bertrand Sardenberg Moulin. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MP-ES) pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa do ex-governador.
O acusado disse ao juiz que, no dia do crime, abordou a vítima para questionar sobre processo judicial por danos morais movidos por Camata, em que o ex-assessor teve cerca de R$ 60 mil bloqueados na conta bancária pela Justiça.
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