"Achei que ia ser morto", diz caseiro de sítio assaltado na Serra

Cerca de 10 bandidos encapuzados e armados invadiram um sítio localizado na Estrada Betes, na zona rural da Serra. Na propriedade, eles fizeram o caseiro refém e levaram cerca de R$ 300 mil em bens. O caso aconteceu na madrugada dessa quinta-feira (9) e, até o momento, ninguém foi preso.

Segundo o proprietário do sítio, que não quer ter a identidade revelada, os criminosos levaram equipamentos de som avaliados em R$ 250 mil. Além disso, um aparelho de televisão e um forno elétrico também foram roubados.

|  Foto: Isabella de Paula

O caseiro, de 62 anos, que foi feito refém, concedeu uma entrevista ao Tribuna Online.

I. Tribuna Online - De onde você é? 

Caseiro - Sou da Bahia, de Jacobina.

> Com os bandidos te renderam? O que eles disseram? Estavam nervosos e agressivos? 

Caseiro - Aconteceu o seguinte. Eu estava fazendo a vigilância do local de noite. Faltou água na caixa e precisei mexer. Peguei e fiz isso rapidinho, entrei e fechei as portas. Logo fui observar na janela dos fundos e vi uma luz de celular. 

Peguei e sentei no sofá da casa e comecei a mexer no celular. Ouvi um carro fazendo barulho na estrada. Em frente ao portão do sítio, o carro parou. Daqui a pouco, apareceram na porta com armas. 

Eles não diziam nada e simplesmente arrombaram a porta. Perguntei o que eles queriam e eles disseram que iam buscar um negócio. Começaram a forçar a porta e eu empurrando para não abrir.  Foi nessa hora que eles conseguiram abrir a porta.

Eles estavam com a espingarda apontada para mim. Eles estavam nervosos e agressivos. Mandaram eu deitar no chão.

Aí me mandaram encostar na parede e pediram pra eu não olhar para a cara deles. Eles estavam encapuzados. Teve um que pegou um fio de energia e me amarrou. 

> O que sentiu no momento?

Caseiro - Eu pensei que ia morrer. Pensei que ia ficar na poça de sangue. Não me bateram.

> Como conseguiu se soltar? Está machucado? Como foram os momentos que ficou nas mãos dos bandidos? Achou que fosse ser morto? E agora, como vai ser voltar a trabalhar?

Caseiro - Eu já sou sentimental. Ainda mais acontecendo algo assim. Eu fiquei pensando neles atirando em mim. Achei que ia ser morto. Pensei que não ia sair dali mais. Não estou machucado. Fiquei agoniado. Eu fiquei sob a mira da arma. Um deles me mandou ir para o banheiro e mandou trancar a porta. Assim eu fiz. Ainda bem que a amarração foi um fio de energia. Foi mal amarrada e foi fácil de se soltar. 

> E qual a sensação que fica agora?

Caseiro - Eu vou ter medo de voltar a trabalhar. O medo não acaba.

Bandidos invadem sítio, fazem caseiro refém e levam R$ 300 mil em bens na Serra