"Poderá ter consequências imprevisíveis", diz General sobre apreender celular de Bolsonaro
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Uma nota oficial divulgada pelo General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, está causando polêmica nesta sexta-feira (22). O ministro criticou o pedido do Supremo Tribunal Federal, por meio do Ministro Celso de Mello, que pediu a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro.
A ação faz parte das investigações sobre as denúncias feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, sobre supostas intervenções na Polícia Federal.
Em sua nota, Heleno escreveu que "o pedido de apreensão do celular do Presidente da República" é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável. Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder".
Em outro trecho, Heleno disse que estava fazendo "um alerta" às "autoridades constituídas" de que o pedido seria uma "tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes".
"O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", finaliza a nota.

OAB critica nota
Em resposta à nota em que o general da reserva Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, diz que a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro poderia "ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, apontou anacronismo e pediu que o militar ajudasse mais no período da pandemia do novo coronavírus.
"General Heleno, as instituições rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #fiqueemcasa", escreveu Santa Cruz nesta sexta-feira (22), logo após a publicação do texto pelo general.
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