Humberto diz que 2026 será a "eleição das nossas vidas" ao deixar comando do PT
alerta foi feito neste domingo (3), durante evento que marcou sua despedida do comando da legenda, com a presença do presidente Lula
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Ao deixar a presidência nacional do PT, o senador pernambucano Humberto Costa afirmou que as eleições de 2026 serão “a mais importante da nossa história”, em um cenário que ele classificou como uma batalha direta entre “civilização e barbárie”. O alerta foi feito neste domingo (3), durante evento que marcou sua despedida do comando da legenda, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras lideranças petistas.
Humberto ocupou a presidência do PT de forma interina após a deputada federal Gleisi Hoffmann assumir o Ministério das Relações Institucionais. Em seu discurso, ele fez um balanço do período em que esteve à frente do partido e celebrou o engajamento da militância no Processo de Eleições Diretas (PED). “O PT é o único partido do Brasil que escolhe diretamente seus dirigentes. Realizamos o maior PED da história e mostramos, mais uma vez, a força da nossa base militante”, afirmou.
O senador reforçou que o principal desafio do partido, a partir de agora, é fortalecer sua estrutura para enfrentar a próxima eleição presidencial. “A extrema direita continua viva e disposta a tudo para destruir os valores democráticos. O negacionismo ainda circula com força. A mentira e o ódio tentam se impor sobre a verdade e a solidariedade. Temos pela frente uma eleição presidencial decisiva: a eleição das nossas vidas. Será uma batalha entre civilização e barbárie”, declarou.
Na fala, Humberto também defendeu a continuidade do projeto político liderado por Lula, o fortalecimento da atuação do partido nas bases populares e agradeceu à militância. “Saio com o sentimento de dever cumprido. Deixo um PT forte, unido e preparado para os desafios que virão”, disse.
Quem assume o comando do partido é o ex-ministro Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), nome apontado como articulador de confiança do presidente Lula. Humberto manifestou apoio à nova direção e disse confiar na condução de Edinho neste novo ciclo.
Durante o evento, Lula elogiou o papel do senador na transição partidária. “Delicadeza e responsabilidade” foram as palavras usadas pelo presidente para se referir à atuação de Humberto. Lula também reforçou a necessidade de ampliar a bancada petista no Congresso. “Nós precisamos fazer uma eleição em 26 e fazer uma maioria de senadores. Nós temos que prestar atenção nisso”, disse.
Declaração de Humberto não é retórica

A troca de comando no PT ocorre num momento de forte pressão sobre o governo Lula, que enfrenta uma série de desafios simultâneos. Entre eles, o chamado “tarifaço” anunciado por Donald Trump — com a promessa de impor até 50% de taxas sobre produtos brasileiros caso volte à presidência dos EUA —, somado ao aumento de combustíveis e energia e à resistência interna a medidas econômicas, pressiona a popularidade do governo e exige maior habilidade política do partido para defender suas decisões na base social.
Ao mesmo tempo, a extrema direita segue mobilizada, com forte presença nas redes, influência sobre parte do eleitorado evangélico e atuação orgânica nas pautas de costumes, mesmo após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro.
No Congresso, a dificuldade é ainda mais sensível. Mesmo com uma base formalmente ampla, muitos aliados atuam de forma autônoma — e, por vezes, contrária às pautas prioritárias do governo. A oposição sistemática a projetos como o novo arcabouço fiscal e a resistência à regulamentação das big techs evidenciam o descompasso entre o Executivo e o Legislativo.
Nesse contexto, a declaração de Humberto Costa sobre a eleição de 2026 ser a “mais importante da nossa história” não é apenas retórica: traduz uma percepção real de que o bolsonarismo continua vivo e de que o projeto petista precisará de mais do que vitórias eleitorais — precisará reconstruir consensos políticos em meio a um país ainda polarizado.
Teresa Leitão está em nova diretoria do PT nacional

A senadora pernambucana Teresa Leitão foi reconduzida ao Diretório Nacional do PT durante o 17º Encontro Nacional do partido. Teresa também segue como coordenadora da Comissão de Assuntos Educacionais da sigla.
Ao assumir a nova gestão, destacou a importância de fortalecer os laços com a base militante e promover um diálogo ativo com a sociedade. Para ela, a articulação interna será essencial para reeleger Lula em 2026 e ampliar a bancada no Congresso.
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