"Foi um grande mal-entendido", disse Gilson Machado ao sair do Cotel
Ex-ministro de Bolsonaro passou menos de 24 horas preso. Ele agora terá que cumprir medidas cautelares
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"Eu acho que foi tudo um grande mal-entendido". Essas foram as primeiras palavras à imprensa do ex-ministro do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto, ao deixar o Centro de Observação Criminológica Professor Everardo Luna , em Abreu e Lima, no Grande Recife, por volta das 23h da sexta-feira (13). Gilson Machado passou menos de 24 horas preso. Ele foi beneficiado pela revogação da prisão, determinada pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ao deixar o Cotel, Machado estava acompanhado do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) e do advogado criminalista Célio Avelino.
"Obrigado a Deus, que iluminou mais uma vez a justiça brasileira. E estou pronto pra qualquer esclarecimento que, porventura, seja oriundo desse mal-entendido", reforçou Gilson Machado ao repetir em sua defesa de que não procede a acusação de que teria tentado obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, figura chave no processo que apura a tentativa de golpe de Estado praticada em 2023.
RELAÇÃO PROTOCOLAR
"Todo mundo sabe que o passaporte português demora em torno de três anos pra ser tirado. Isso daí foi o mal-entendido, porque eu pedi para meu pai", disse Machado. "Eu mandei áudio, inclusive, para a funcionária do consulado [...] pedi para que ela solicitasse o passaporte de meu pai, liguei para ela, meu pai foi atendido e está retirando o passaporte", complementou Gilson Machado, que demonstrava alívio e calma ao deixar a prisão.
Gilson Machado respondeu ainda que sua relação com Mauro Cid sempre foi protocolar. "O Major Cid [hoje é tenente-coronel], era profissional, eu era ministro de Estado, e ele era ajudante de ordens do presidente. E a gente sempre teve uma relação simples e normal comum... protocolar. Sim, protocolar", encerrou Neto.
O advogado Célio Avelino, que está à frente da defesa de Gilson Machado Neto, salientou que foi significativo que o próprio ministro que deferiu a prisão [no caso, Alexandre de Moraes, do STF] também revogou a prisão. "Espontaneamente ele decretou a prisão e revogou a prisão, aferindo a necessidade dessa medida", destacou Avelino.
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