Flávio Bolsonaro afirma candidatura irreversível e aposta no peso do sobrenome
O ajuste no discurso de Flávio ocorre no dia seguinte à declaração de que ele poderia desistir da candidatura, mas que haveria um preço
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que se lançou à Presidência da República e ameaçou desistir em seguida, voltou atrás e agora afirma que sua candidatura é irreversível.
"É irreversível. Minha candidatura não está à venda", disse à Folha, nesta segunda-feira (8), pouco mais de 24 horas após afirmar que sus adesistência teria um preço.
O filho de Jair Bolsonaro (PL) afirmou ainda que seu sobrenome é uma vantagem sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que até então era o candidato preferido da maior parte da classe política para representar o bolsonarismo em 2026.
"Eu também atendo a todos os requisitos [para concorrer ao Planalto], com a vantagem de que tenho sobrenome Bolsonaro", disse Flávio em entrevista à Folha, nesta segunda-feira (8), ao ser questionado sobre a preferência por Tarcísio.
"Eu acho que não tem um cenário de eu ser candidato e ele [Tarcísio] ser. Seria uma ignorância muito grande, e ignorante é tudo o que o Tarcísio não é. Um cara extremamente inteligente, um cara que eu não tenho dúvida: a gente vai estar junto", completou.
O ajuste no discurso de Flávio ocorre no dia seguinte à declaração de que ele poderia desistir da candidatura, mas que haveria um preço --o ex-presidente livre e nas urnas.
Segundo Flávio, sua candidatura "não está à venda". O senador admite ainda que a reversão da inelegibilidade de seu pai é um cenário improvável.
"A única possibilidade de o Flávio Bolsonaro não ser candidato a presidente da República é o candidato ser o Jair Messias Bolsonaro. Acho que está bem simples de entender para todo mundo que, obviamente, não tem preço", disse.
Flávio define sua candidatura como "de protesto", mas afirma que tem viabilidade eleitoral.
"Não deixa de ser uma candidatura de protesto. Além de ser uma candidatura viável, é uma candidatura de protesto contra tudo o que está acontecendo aqui no Brasil", disse.
Em relação ao apoio do centrão, Flávio diz que busca atrair partidos como PP, União Brasil e Republicanos, mas que já conta com o PL e o povo. De acordo com o senador, sua candidatura representa "uma luz no fim do túnel" para a militância bolsonarista, "que estava de cabeça baixa".
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Repercussão: Presidente do PP sugere que candidatura de Flávio não é viável e defende Tarcísio e Ratinho Jr.
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta segunda-feira (8) em Curitiba que segue defendendo apenas os nomes dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Junior (PSD-PR) para a disputa ao Planalto em 2026. Segundo ele, apenas os dois são capazes de unificar o campo da centro-direita e direita para as eleições.
A declaração dada à imprensa ocorre após anúncio do senador Flávio Bolsonaro (PL) de que teria sido escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso, para concorrer à presidência.
"O senador Flávio é um dos melhores amigos que tenho na minha vida pública. Se eu tivesse que escolher pessoalmente um candidato para suceder Bolsonaro, não tenho a menor dúvida de que seria Flavio, pela minha relação com ele. Mas política não se faz só com amizades. Se faz com pesquisas, com viabilidade, ouvindo os partidos aliados. Isso não pode ser só uma decisão do PL", afirmou Ciro.
"É importante unificarmos todo o campo político de centro e da direita, porque, caso contrário, não vamos ganhar a eleição", continuou ele.
Ciro vai se encontrar na noite desta segunda com Flávio Bolsonaro. "Vou ouvi-lo, vamos dialogar para entender [o motivo de ter se lançado candidato]", afirmou Ciro.
O presidente nacional do PP esteve em Curitiba para participar de uma reunião do diretório estadual do partido, controlado no Paraná pelo deputado federal Ricardo Barros.
Na reunião, ficou decidido que o PP local não apoiará a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo do Paraná.
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