Conversa do presidente da Alepe vaza com críticas a discurso da governadora
Fato aconteceu nesta quinta-feira, na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em 2024
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Na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em 2024, a governadora Raquel Lyra discursou na tribuna da casa, fazendo um balanço da gestão e ainda falou em retomar o diálogo com o Poder Legislativo. Mas, logo depois, o presidente da Alepe, Álvaro Porto, conversava na mesa diretora e o áudio vazou na TV Alepe. Ele disse (usando um palavrão) que não entendia nada do que ela tinha dito e queria saber de qual Estado a governadora estava se referindo no balanço positivo de 2023. O vazamento aumentou ainda mais o clima de mal-estar entre os poderes.
Tanto que, durante o dia, a governadora divulgou nota repudiando a atitude do presidente da casa. Segue a nota na íntegra:
“Avalio que é algo lamentável a ser dito pelo presidente de um Poder. Fiz questão de estar na Assembleia, com todo o meu time de governo, para agradecer a Assembleia Legislativa pelo ano que passou porque aprovamos, com muito diálogo, de maneira conjunta, os projetos enviados. É um ato lamentável de violência política o que se passou, às vezes é em gestos, em atitudes, em ações e hoje foi em voz. Lamento porque isso não está à altura do que Pernambuco representa, um diálogo fora de propósito, e revela o que uma mulher sofre nos espaços de poder. Não baixo a cabeça pelas adversidades que se colocam, tudo que eu gostaria é que possamos ser respeitados pelos cargos que ocupamos e que a população possa nos julgar pelas ações do nosso governo”.
Depois da repercussão negativa e da resposta da governadora, Álvaro Porto soltou a seguinte nota de esclarecimento:
“O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, esclarece que usou uma expressão não condizente com o contexto e local ao avaliar o discurso da governadora Raquel Lyra após a sessão de abertura dos trabalhos legislativos de 2024. Todavia, mesmo admitindo que não deveria ter usado a palavra que usou, reafirma que considera o teor do discurso desconectado com a realidade vivida em Pernambuco. E acrescenta que sua reação é fruto de indignação em relação à falta de resultados do governo em questões sérias como saúde e segurança, por exemplo. Afirma ainda ter o direito e o dever de avaliar e criticar discursos que não correspondam à realidade observada. Por fim, enfatiza que em nenhum momento fez referência à pessoa da governadora, mas ao discurso proferido por ela e que o áudio que acabou vazado do canal de transmissão do evento, aconteceu durante conversa informal, já no final na sessão”.
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