Clécio Basílio (PCO) evita respostas diretas e mostra falta de planos para Olinda
Sem apresentar propostas claras, Clécio Basílio foge de questões sobre saúde, segurança e habitação em debate sobre o futuro de Olinda
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"O PCO não vai salvar a pátria". Com essa frase, Clécio Basílio, candidato à Prefeitura de Olinda pelo Partido da Causa Operária (PCO), resumiu a visão de sua candidatura durante uma entrevista que pouco esclareceu suas propostas para a cidade.
Embora seja compreensível que ouvir a comunidade seja essencial, Basílio demonstrou repetidamente não ter um plano concreto para os desafios que Olinda enfrenta.
Ao ser questionado sobre áreas críticas como segurança, geração de empregos, educação, feiras livres e saúde pública, o candidato limitou-se a respostas vagas, sempre retornando à ideia de diálogo com a população, sem apresentar medidas práticas ou soluções viáveis.
Na questão da segurança, por exemplo, admitiu que o tráfico de drogas e a violência são problemas complexos, mas não ofereceu nenhuma estratégia real para combatê-los, além de dizer que o PCO sozinho não resolveria o problema.
A única proposta concreta mencionada foi a ocupação de imóveis desocupados, uma defesa clássica do partido, mas sem detalhamento de como isso poderia ser feito de forma organizada ou legal.
Em temas como feiras livres e educação, o candidato chegou a admitir que não tinha informação suficiente para responder adequadamente, o que expõe uma falta de preparo preocupante para alguém que pleiteia o cargo de prefeito.
A entrevista foi feita pelo diretor de jornalismo da Rede Tribuna, Fernando Rêgo Barros, e pelo apresentador da 1ª edição do Jornal da Tribuna, Moab Augusto.
A sabatina teve duração de 15 minutos e a ordem das apresentações na TV foi definida por sorteio. Nesta quinta-feira (5), será a vez de Antônio Campos (PRTB). Veja abaixo, os principais tópicos da entrevista de Clécio Basílio.
Segurança Pública: "não temos como resolver"
Quando questionado sobre as altas taxas de violência e tráfico de drogas em Olinda, Basílio afirmou que "o PCO não vai acabar com isso" e que a violência é um problema constante. Sua única solução foi "chamar a comunidade" para dialogar, sem especificar nenhuma política ou ação efetiva. Essa falta de clareza e determinação soa alarmante diante de uma cidade que sofre com problemas graves de segurança.
Geração de Empregos: projetos coletivos, mas sem detalhes
Em relação à geração de empregos, o candidato não explicou como pretende criar oportunidades para a população. Basílio mencionou "trabalho coletivo e associações de bairro", mas não conseguiu detalhar políticas ou parcerias com o setor privado ou público. Ele afirmou ser desempregado, ambulante e marceneiro em momentos diferentes da entrevista, mostrando contradição sobre sua própria condição.
Educação: "não terminei meus estudos"
Quando perguntado sobre como melhorar a educação em Olinda, Basílio novamente recorreu à falta de propostas concretas. A única sugestão foi tornar as universidades públicas mais acessíveis, mas ele não conseguiu oferecer qualquer plano sobre melhorias no ensino fundamental ou médio, áreas diretamente ligadas à prefeitura. Ao admitir que não terminou seus próprios estudos, reforçou a ausência de um posicionamento claro para melhorar a qualidade do ensino.
Feiras Livres: "não tenho como responder"
Perguntado sobre a organização das feiras livres, que são fundamentais para a economia informal de Olinda, o candidato surpreendeu ao dizer que "não tem como responder". Considerando que se identifica como trabalhador informal e filho de feirantes, sua incapacidade de apresentar soluções para essa questão-chave gerou perplexidade.
Habitação: "ocupar imóveis desocupados"
A única proposta clara apresentada por Basílio foi a ocupação de imóveis desocupados para resolver o déficit habitacional. Contudo, ele não elaborou como essa ocupação seria feita de forma ordenada e legal, nem como o governo municipal facilitaria a regularização desses espaços para moradia.
Em resumo, a entrevista com Clécio Basílio expôs uma candidatura sem propostas claras para os problemas de Olinda.
A constante repetição de que "o PCO não vai salvar a pátria" e a falta de respostas concretas para temas essenciais reforçam a impressão de que o candidato ainda se preparou para enfrentar os desafios da cidade.
Ele justificou, em alguns momentos, que era apenas um trabalhador e não sabia responder a questões profundas. Porém, muitos trabalhadores já se candidataram para cargos políticos e venceram as eleições. Um dos exemplos é o próprio presidente Lula, mecânico, sindicalista, sem formação universitária, vencedor de três eleições presidenciais que disputou.
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