Ciência e Tecnologia: Pernambuco recebe maior investimento em 15 anos

Os recursos, provenientes do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), foram destinados a cerca de 40 projetos de instituições e empresas pernambucanas |  Foto: Divulgação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) apresentou, nesta quinta-feira (19), um balanço dos recursos destinados a Pernambuco desde o início da atual gestão.

Sob o comando da ministra Luciana Santos (PCdoB), o estado recebeu R$ 316 milhões para o financiamento de projetos científicos e tecnológicos, sendo quase R$ 250 milhões contratados apenas em 2024. Segundo o MCTI, este é o maior montante dos últimos 15 anos. Outros R$ 175 milhões estão em fase de contratação.

Os recursos, provenientes do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), foram destinados a cerca de 40 projetos de instituições e empresas pernambucanas, com o objetivo de fomentar a inovação, reduzir desigualdades regionais e fortalecer o papel da ciência no enfrentamento de desafios nacionais.

“O atual governo trata a ciência como um pilar para o desenvolvimento, um instrumento para enfrentar nossos principais desafios – do combate à fome à transição energética. E temos uma preocupação de reduzir as assimetrias regionais. O Nordeste tem imenso potencial científico, mas, historicamente, enfrentou desafios estruturais. Por isso, o ministério tem priorizado investimentos estratégicos para fortalecer a infraestrutura de ciência e tecnologia em estados como Pernambuco”, destacou a ministra Luciana Santos.

Calcanhar de Aquiles

Politicamente, Luciana Santos (ex-vice-governadora de Pernambuco por oito anos) ocupa um cargo que já projetou nacionalmente nomes como o de Sérgio Rezende e de Eduardo Campos.

No entanto, a ministr - que tem um perfil mais discreto na gestão em contraponto a um desempenho hábil no parlamento - ainda tem como desafio fazer os números e avanços chegarem a quem interessa: ao público.

A dificultade é tanta que, apesar dos investimentos do MCTI serem maiores em Pernambuco, em comparação à gestão passada, seus oponentes em Olinda usaram o apoio dela a Vinicius Castello como algo negativo. Algo que precisa ser analisado.

Entre as iniciativas financiadas pelo MCTI em Pernambuco estão:

1. Parque Tecnológico da UFPE e Núcleo de Empreendedorismo e Residência Profissional Tecnológica do Porto Digital;
2. Consolidação do Armazém da Criatividade, em Caruaru;
3. Implantação do Centro de Inovação Tecnológica, em Belo Jardim.
4. Na área da saúde, um aporte de R$ 13,2 milhões está viabilizando a reforma e ampliação do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital de Câncer de Pernambuco, que ganhará um Laboratório de Pesquisa Translacional para estudos científicos em oncologia.

Além disso, o Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMACLIM), com um investimento de R$ 9,9 milhões, terá papel central na produção de informações científicas para orientar políticas públicas e tomadas de decisão estratégicas.

Avanços nacionais em ciência e tecnologia

Os investimentos em Pernambuco refletem um esforço nacional do MCTI. Desde o início da atual gestão, foram contratados mais de R$ 26,3 bilhões via FNDCT para a ciência brasileira, superando os valores somados entre 2020 e 2022. Nesta época, então gestão do presidente Bolsonaro, os investimentos na ciência nacional totalizaram apenas R$ 10,5 bilhões.

As iniciativas buscam não apenas impulsionar o desenvolvimento científico, mas também criar soluções concretas para desafios como mudanças climáticas, saúde pública e prestação de serviços à população.

Com uma estratégia que alia visão de longo prazo e atenção às especificidades regionais, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação reafirma seu compromisso com o fortalecimento da ciência brasileira como vetor de desenvolvimento sustentável e inclusivo.