Carro usado para atropelar militantes do MST, no Recife, pertence a uma mulher
Segundo informações obtidas pelo Tribuna Online PE, no momento do suposto atentado, o veículo estava sendo dirigido por um homem
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O carro utilizado no atropelamento contra dois militantes do Movimento Sem Terra (MST), ocorrido na manhã da última terça-feira (15), no Recife, foi encontrado pela polícia. A informação foi confirmada nesta quarta (16), mas, até o momento, o nome do autor do suposto atentado ainda não foi divulgado oficialmente pelas autoridades.
O caso segue sendo tratado como crime político pelas lideranças do movimento e aliados, uma vez que a tentativa de homicídio aconteceu durante a Marcha em Defesa da Reforma Agrária e da Democracia, no Recife — uma manifestação pacífica. Os militantes seguiam em fila quando foram atingidos, de acordo com testemunhas, de forma proposital.
O veículo avançou contra os manifestantes que ocupavam parte da Avenida Abdias de Carvalho, no bairro dos Torrões, nas imediações do Compaz Ariano Suassuna.
Segundo informações obtidas pelo Tribuna Online PE, em reserva, no momento do atropelamento, o carro estava sendo dirigido por um homem, mas uma mulher é a proprietária. O motorista fugiu e, até o momento, não foi localizado pela polícia.
VÍTIMA À ESPERA DE UMA UTI

Gideone Sidônio de Menezes Filho, 67 anos, mais conhecido como Sapato, permanece internado em estado grave, segundo o Hospital da Restauração. Ele tem três filhos.
Ele sofreu traumatismo craniano e está em coma, ainda segundo informações em reserva, “à espera de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para continuidade do tratamento”. O HR ainda não respondeu sobre o assunto.
Sapato é acampado no Engenho Barreirinha, localizado em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ele foi levado inicialmente para a UPA Torrões e, em seguida, transferido ao Hospital da Restauração, onde segue internado. Existem oito acampamentos no entorno da cidade e um assentamento.
A segunda vítima, também militante do MST, teve ferimentos leves e recebeu alta.
INVESTIGAÇÃO E MOBILIZAÇÃO
Com a localização do veículo, cresce a expectativa do movimento para que o responsável seja responsabilizado. Testemunhas já haviam anotado a placa do carro no momento do crime, o que auxiliou nas diligências.
Parlamentares como a senadora Teresa Leitão (PT), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e a deputada estadual Rosa Amorim (PT) vêm pressionando por celeridade na apuração. Em nota, o MST reiterou o pedido de justiça e classificou o atentado como uma expressão de “ódio político”.
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