Brasileiros chegam ao Sul de Gaza e esperam travessia para o Egito
Eles estavam em uma escola católica de Gaza, aguardando o início da operação de repatriação
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Um grupo de dezesseis brasileiros desembarcou neste sábado, 14 de outubro, na cidade de Khan Younes, situada no Sul da Faixa de Gaza. Eles estão atualmente acomodados no edifício de uma família palestina brasileira. Eles estavam até a manhã de hoje em uma escola católica na região da Cidade de Gaza, aguardando o início da operação de repatriação.
Inicialmente, a travessia chegou a ser temporariamente suspensa pelo Itamaraty devido a preocupações de segurança. No entanto, devido ao agravamento da situação no conflito, o transporte foi realizado em caráter emergencial
Ainda não há data para a travessia
A próxima fase da operação consiste na passagem para o Egito por meio de Rafah. Conforme informações do embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, ainda não há uma data definida para essa travessia.
Depois de chegar a Rafah, vinte e dois brasileiros serão transferidos para um aeroporto onde serão resgatados por um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre as vinte e duas pessoas que buscam evacuação, catorze são crianças, oito são mulheres e seis são homens adultos.
Embarque imediato
Eles acordaram com o Brasil de que os brasileiros vão chegar ao Egito e embarcar imediatamente. O país estrangeiro não quer se envolver na guerra entre o Hamas e Israel.
Crise em Gaza: pressões sobre o Egito para abrir fronteira
Há quase uma semana, desde o início da intensificação do conflito armado entre Israel e o Hamas, o Egito tem sido alvo de pressões vindas da comunidade internacional, instando o país a abrir suas fronteiras com Gaza.
O apelo internacional ganhou urgência ainda maior após uma decisão do Exército israelense, datada da última sexta-feira (13), que ordenou a retirada imediata de 1,1 milhão de pessoas no prazo de 24 horas, direcionando-as para o sul do enclave. Tal ação ocorreu como uma preparação para uma possível incursão terrestre em Gaza. No entanto, até o momento, o governo egípcio continua mantendo a passagem fronteiriça fechada.
Motivos da Recusa do Egito
Depois de a Primavera Árabe, o Egito viveu uma contrarrevolução, com a instalação de uma ditatura, e tem receio de uma nova instabilidade interna. Além disso, o País está em paz com Israel e com os Estados Unidos e conta com investimentos israelenses na economia. A dificuldade de abrir um corredor humanitário passa pelo medo de Israel achar que o país egípcio estaria conivente com os palestinos.
Contexto Histórico
Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a região ao seu território, que foi retomado posteriormente em 1973, na Guerra do Yom Kippur.
Receios de Administração de Gaza
Uma outra perspectiva que suscita apreensão no Egito é a possibilidade de se tornar o administrador de Gaza O enclave sempre representou um desafio para o presidente al-Sisi, que está no cargo desde 2014, e sua estreita relação com Israel e os Estados Unidos entra em conflito de maneira desconfortável com as simpatias pró-palestinas do seu povo.
Situação na Fronteira de Rafah
O Egito compartilha uma fronteira com o território palestino de Gaza, conectando-se por meio da cidade de Rafah, situada no extremo sul de Gaza. Essa passagem é o único ponto de conexão que não está sob controle israelense e normalmente permanece aberta na maior parte do tempo. No entanto, desde 2007, o enclave enfrenta um rígido bloqueio por parte de Israel, que foi imposto quando o Hamas assumiu o poder na região.
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