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Polícia

Segurança de clínica em Camaragibe é flagrado abusando de estudante sedada

Homem ainda está foragido e família diz que não recebeu apoio do hospital


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Reprodução da TV Tribuna PE

Um segurança de uma clínica de saúde mental de Camaragibe, município da Região Metropolitana do Recife, foi flagrado por uma câmera de segurança abusando uma estudante de direito sedada, o que é considerado estupro de vulnerável.

O delegado do município, Carlos Couto, e a mãe da vítima,  protegida pelo anonimato, falaram sobre o assunto com a TV Tribuna PE nesta quarta-feira (19). 

A vítima, de 30 anos, enfrentava um período de depressão e tinha dependência química quando foi internada na quinta-feira, 16 de novembro de 2023.

Na quinta (17), ela teve uma crise de ansiedade e foi sedada. Segundo o inquérito da Polícia Civil, a paciente tomou medicamentos, mas disse estar consciente, quando foi transferida para a ala masculina do hospital porque uma mulher novata havia chegado à clínica muito exaltada e ela precisava dormir.

Colocaram a estudante para repousar na ala masculina, onde o segurança entrou e foi flagrado nas imagens tocando em partes do seu corpo sem autorização, por volta das 4h30.

No Brasil, o ato de tocar as partes íntimas de uma mulher que está sedada é considerado estupro de vulnerável, de acordo com o Código Penal Brasileiro. O artigo 217-A do Código Penal define estupro de vulnerável como a prática de qualquer ato libidinoso com alguém que, por qualquer motivo, não pode oferecer resistência.

Imagem ilustrativa da imagem Segurança de clínica em Camaragibe é flagrado abusando de estudante sedada
Delegado Carlos Couto contou que segurança apresentou contradições nos depoimentos |  Foto: Frame da TV Tribuna PE

O delegado Carlos Couto disse que o segurança foi demitido pelo empregador no mesmo dia. O profissional alegou ao empregador que estava prestando auxílio à vítima, que estava com dores de coluna. Depois, ele mudou a versão e contou que ela estava com dor de estômago, tendo prestado auxílio. Em nenhum momento, o homem comunicou ao hospital que a paciente estava sentindo dores.

“O próprio investigado diz que a vítima chegou a apertar o braço dele em determinado momento”, declarou Carlos Couto. 

“A função dele [no hospital] era monitorar se tinha alguém ali com risco de fuga, se tinha alguém que poderia atentar contra a própria vida... Ele estava ali para evitar intercorrências. Se tem algum paciente está se queixando de algum tipo de dor, imediatamente se chama alguém da equipe de saúde do local. A versão dele é completamente fantasiosa”, acrescentou.

De acordo com o delegado, outra pessoa também foi indiciada no caso, pelo crime de omissão de socorro. Trata-se de um técnico de enfermagem do hospital responsável pelo plantão. O inquérito já foi remetido ao Ministério Público para que haja uma denúncia ou retorno à delegacia para mais diligências.

Carlos Couto contou que o profissional da área de saúde ficou inerte ao ver o segurança perto da vítima, não se levantou, não se deslocou para perto da paciente para ajudá-la. Estaria cochilando.

Segundo a mãe, que falou sob proteção do anonimato à TV Tribuna, a filha continuou sozinha na sala depois do estupro e só a família só foi avisada à noite do dia seguinte.

“Nós não tivemos apoio nenhum da Clínica Reluzir. Inclusive, colocaram minha filha em cárcere privado para não ligar para mim. Minha filha foi estuprada de madrugada e não foi uma vez só. Ele saía, entrava e estuprava. E ela, à base de remédios, não tinha forças. Outra coisa: ela via que ele (o segurança) estava armado e teve medo. Eu quero justiça e não vou parar”, disse a mãe.

Hospital Reluzir se manifesta sobre caso de estupro na unidade

O Hospital Reluzir, em um trecho da nota oficial, lamentou o crime de estupro que aconteceu na madrugada do mês de novembro, dentro da unidade, e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar na investigação do caso. Confira a nota na íntegra.

O Hospital Reluzir foi criado com o intuito primordial de proteger a saúde mental de seus pacientes, criando um ambiente saudável para a recuperação e reintegração de pessoas mentalmente vulneráveis.

Durante todo esse tempo ficou conhecido pela sua confiabilidade e excelência nos atendimentos, prezando pela proteção e segurança de todos os seus pacientes e colaboradores, inclusive com o uso de câmeras em todos os setores.

Sobre o lamentável episódio ocorrido em novembro de 2023, é importante frisar que desde o seu conhecimento, o Hospital não só deu todo apoio a vítima, como a família e a polícia para investigar o caso.

A situação narrada ocorreu em uma quinta-feira, durante a madrugada, tendo sido o Hospital noticiado apenas na sexta-feira pela manhã, durante uma consulta de rotina com a paciente que narrou o ocorrido.

Logo após, ainda na sexta-feira, o Hospital imediatamente checou as gravações das câmeras e ao verificar a situação, no mesmo dia realizou o registro do ocorrido juntamente com a delegacia de Camaragibe/PE.

Da mesma forma, ainda na sexta-feira, ligou para os familiares da vítima pedindo que fossem até o Hospital pessoalmente para que pudessem conversar com a coordenação e com a paciente, tudo devidamente acompanhado por psicólogos, com o intuito de minimizar os danos à saúde mental da vítima. A genitora e o padrasto só estavam disponíveis no sábado pela manhã.

Sobre o autor do fato, é importante colocar que ele trabalhava há apenas dois meses no local, bem como exercia sua função na jornada 12x36 e havia saído do local às 07h00min.

Assim, ainda na própria sexta-feira, o Hospital desligou o autor, fornecendo as autoridades policiais todos os endereços e telefones dele.

Vale ressaltar que durante todo o processo o Hospital Reluzir sempre deu o apoio necessário a família, bem como as autoridades policiais, fornecendo os materiais que lhes fora solicitado.

Por fim, o Hospital lamenta profundamente o ocorrido e se coloca à disposição da Polícia Civil de Pernambuco e órgãos judiciários, para que o fato seja devidamente solucionado, com o rigor e sigilo que o caso exige.

Atenciosamente, a Direção.

Veja a matéria televisiva feita por Marwyn Barbosa no Jornal da Tribuna PE, 1ª edição, ou no Brasil Urgente. Os programas são exibidos de segunda a sexta-feira, a partir das 13h e 16h, respectivamente.

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