Saiba o papel dos 9 acusados no caso do papangu que matou empresário em Olinda
Audiência de instrução foi retomada nesta sexta (25); crime ocorreu no Carnaval e teria sido encomendado por traficantes do V8, segundo o MPPE
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A Justiça voltou a ouvir, nesta sexta-feira (25), as testemunhas do caso que investiga o assassinato do empresário Rafael Elihimas, dono de um posto de combustíveis em Olinda, morto por um homem vestido de papangu durante o Carnaval de 2024.
O crime ocorreu em 11 de fevereiro, na Avenida Joaquim Nabuco, bairro do Varadouro, e teria sido encomendado por um grupo de traficantes da comunidade V8, segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
A audiência de instrução está sendo realizada no fórum municipal de Olinda. Dos nove denunciados, seis estão presos e um foi assassinado.
Os interrogatórios dos réus só ocorrerão após o depoimento das testemunhas de acusação e defesa. Mais de dez pessoas foram arroladas no processo.
EXECUÇÃO DISFARÇADA E PLANO ARQUITETADO
De acordo com a denúncia, o assassinato foi planejado por traficantes que atuam no V8, uma comunidade na mesma cidade. Eles acreditavam que a vítima colaborava com a polícia como informante. Por isso, decidiram matar o empresário como forma de represália.
O executor foi identificado como Gláucio Pereira dos Santos, de 25 anos, conhecido como "Maninho".
Ele teria feito o reconhecimento do local e da vítima com antecedência, retornado ao galpão onde se reuniam os envolvidos, vestido a fantasia de papangu, calçado um tênis emprestado e, em seguida, voltado ao posto para cometer o homicídio com uma pistola.
Segundo as investigações, o crime foi arquitetado em um galpão chamado “Galpão Beer”, sob liderança de Egídio Augusto Pontes da Silva Filho, então gerente do tráfico no V8.
Gláucio foi levado ao local em uma moto emprestada por Kauan Rodrigo Vieira da Silva, que também participou da fuga.
Por outro lado, Eglécio Juliano da Silva, de 36 anos, conhecido como Pinino, seria o líder do bando que operava o tráfico na V8. Ele teria determinado e autorizado a morte da vítima.
O PAPEL DOS DENUNCIADOS SEGUNDO O MPPE
Além de Gláucio e Egídio, outros sete homens foram denunciados:
José Teóstenes de Azevedo Farias Neto (“Netão”), 27 anos: forneceu a fantasia e a arma ao executor, além de se manter em comunicação com os mandantes durante o crime.
Eglécio Juliano da Silva (“Pinino”), 36 anos: líder do tráfico no V8, teria determinado e autorizado a execução.
Kauan Rodrigo Vieira da Silva: cedeu a moto usada na fuga e foi instruído a manter silêncio.
Genilson Sátiro dos Santos Júnior (“Balaca”), 32 anos: um dos arquitetos do crime, compareceu ao posto após a morte para conferir o resultado.
Geilson Sátiro dos Santos Júnior (“Balaquinha”), 25 anos: colaborou com o planejamento.
Michael Marques Silva de Oliveira, 23 anos: se passou por flanelinha para monitorar a movimentação no local.
Saimon Iuru Mendes das Chagas: morto dias depois do crime, foi quem emprestou o tênis ao executor e esteve no local após o assassinato.
PREMEDITADO
O Ministério Público aponta que o homicídio foi praticado de forma premeditada e com características de execução. Rafael levou cinco tiros.
O grupo teria se mobilizado em diferentes funções para garantir que a vítima fosse morta sem suspeitas, utilizando o disfarce do papangu – uma figura tradicional do carnaval pernambucano – como camuflagem.
PRÓXIMOS PASSOS
Com a instrução processual em curso, o julgamento dos réus dependerá da análise das provas apresentadas e dos depoimentos prestados em juízo. O caso segue sendo acompanhado por promotores criminais e órgãos de segurança pública, que também investigam a atuação da quadrilha na região.
A reportagem da TV Tribuna PE/Bando exibiu a entrevista com dois advogados de defesa. O advogado Fernando Coelho disse que Geilson Júnior, que está foragido, só vai se apresentar à Justiça quando a prisão for revogada. Segundo ele, o cliente não teve o direito de falar antes da audiência.
Já o advogado de Genilson Sátiro dos Santos, Flávio Lapenda, disse que, com o seu cliente, acusado pelo MPPE de ser um dos arquitetos do crime, foi encontrado um celular que trata de alguns "fatos", mas não do homicídio em questão.
O DESFECHO
O desfecho da audiência de instrução será divulgado no Tribuna Online PE assim que estiver disponível.
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