Polícia Civil desarticula quadrilha violenta e prende 16 pessoas, incluindo PM
Os mandados foram cumpridos no Recife, Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho e Abreu e Lima

A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, nesta quarta-feira (24), o resultado da 60ª Operação de Repressão Qualificada de 2025, a Venatores, que atingiu uma organização criminosa responsável por homicídios, tráfico de drogas, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No total, 13 pessoas foram presas, entre eles um policial militar e mais três, que já estavam em penitenciárias, foram alvos de novos mandados. Entre os 16 nomes, estava um policial militar.
A quadrilha tinha ligação com o PCC, do Rio de Janeiro, e está sendo investigada por cometer pelo menos 30 homicídios ao longo de 5 anos de forma direta ou indireta. O principal campo de atuação do grupo era nos bairros do Ibura, em Dois Carneiros, Três Carneiros e áreas fronteiriças com Zumbi do Pacheco.
A ação também resultou na apreensão de armas, veículos de luxo, motocicletas, celulares e dinheiro em espécie, além de uma prisão em flagrante.
Prisões e mandados cumpridos
Foram executados 16 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, além do bloqueio judicial de ativos financeiros. Os mandados foram cumpridos no Recife, Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho e Abreu e Lima, em Pernambuco, e também em João Pessoa (PB) e Maceió (AL).
Apreensões da operação
Durante a ação, foram apreendidas sete armas de fogo, 268 munições, 14 aparelhos celulares, quatro veículos de luxo e R$ 48 mil em espécie, além de documentos e equipamentos eletrônicos. Quatro pessoas estão foragidas, mas todo o material passará por perícia minuciosa. No último ano, para se ter uma ideia, somente um dos alvos teria movimentado R$ 3 milhões.
O delegado Cley Anderson afirmou que a organização tinha uma hierarquia definida com vários núcleos: o de fornecimento de armas, o de abastecimento de drogas e o de lavagem de capitais. Ele destacou a dimensão financeira das atividades criminosas:
“Durante as investigações, identificamos uma movimentação três milhões de reais, sem qualquer tipo de vínculo ou homicídios. A partir do material apreendido hoje, que passará por análise minuciosa, teremos acesso a mais detalhes sobre os caminhos da lavagem de dinheiro realizada pelo grupo."
Relevância da operação
O delegado Caio Wagner ressaltou a importância estratégica da ofensiva:
“A Operação Venatores representa um passo importante no enfrentamento às organizações criminosas que atuam de forma violenta e estruturada. Nosso objetivo é enfraquecer financeiramente esses grupos e garantir mais segurança para a população, mostrando que a Polícia Civil está atenta e atuante no combate ao crime.”
Estrutura e apoio da operação
A ação foi comandada pelos delegados Caio Wagner e Cley Anderson, da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios (3ª DPH), unidade do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o apoio da Diretoria Integrada Especializada (DIRESP).
Ao todo, 120 policiais civis participaram da deflagração, entre delegados, agentes e escrivães. A investigação contou ainda com o suporte da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (DINTEL/PCPE) e apoio operacional de órgãos como o Comando de Operações e Recursos Especiais (CORE/PCPE), a Corregedoria Geral da SDS, o Grupamento Tático Aéreo (GTA/SDS-PE), a OAB-PE, além das Polícias Civis da Paraíba e de Alagoas.
Origem do nome e simbolismo
O nome Venatores, que em latim significa “Caçadores”, foi escolhido para simbolizar a atuação das equipes na identificação e captura dos suspeitos, reforçando a intenção de desarticular a quadrilha e enfraquecer sua atuação criminosa em diferentes frentes.
Veja entrevista do delegado Cley Anderson
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