Pai de santo é solto e relata perseguição e intolerância religiosa de vizinha
Arlindo Carneiro afirmou que se surpreendeu com cinco boletins de ocorrência da vizinha
Escute essa reportagem
O pedreiro Arlindo Carneiro, pai de santo do bairro de Campo Grande, no Recife, foi solto na última sexta-feira (19) após ter sido preso no último dia 10 de Julho. Naquela época, el foi detido em flagrante pela polícia e preso de forma preventiva por suposto dano e perseguição a uma vizinha.
O babalorixá, no entanto, alega ser vítima de intolerância regiliosa, considerada agora como racismo religioso. As duas prisões foram consideradas ilegais pelo Ministério Público de Pernambuco, tanto o flagrante como a preventiva.
Segundo o babalorixá, a mesma vizinha registrou cinco boletins de ocorrência contra ele, resultando em um processo judicial. Ele, contudo, disse que não procurou a polícia para denunciar a vizinha, porque não imaginava que o caso ia ficar tão sério. Ele só soube dos boletins de ocorrência quando foi chamado para depor na delegacia.
De acordo com o pai de Santo, ela sempre ofende sua religião, atrapalha os cultos e desdenha dos clientes que vão no barracão com frases do tipo “olha o calote”.
Em entrevista ao Jornal da Tribuna, primeira edição, Pai Arlindo relatou que tinha uma relação harmoniosa com a vizinha até começar a realizar cultos em sua casa, transformada em um terreiro de umbanda.
Segundo ele, as desavenças começaram após essa transformação. A vizinha o acusa de dano e perseguição, enquanto ele afirma sofrer intolerância religiosa.
O conflito entre ambos se agravou ao longo de dois anos. Ele descreveu episódios de intolerância, incluindo gritos e a vizinha jogando água suja durante os cultos. Mesmo após sua libertação provisória, Pai Arlindo continua enfrentando acusações de dano e perseguição.
Segundo a defesa do pai de Santo, o Ministério Público reconheceu como ilegal a prisão em flagrante, que teria acontecido um dia depois do suposta briga com a vizinha e também avaliou que não havia condições que pudessem levar a uma prisão preventiva. A mulher não foi localizada pela reportagem para falar sobre o assunto.
Para que uma prisão preventiva seja decretada no Brasil, é necessário que estejam presentes alguns requisitos legais estabelecidos pelo Código de Processo Penal (CPP). Esses requisitos incluem pressupostos e fundamentos que justifiquem a medida extrema de privação de liberdade antes do julgamento final
Veja mais na matéria de Carlos Simões na 1ª edição do Jornal da Tribuna.
Comentários