Pai de Esther acusa ex-mulher de suspeito de ajudar em fuga e limpeza da casa
Segundo o pai, um colchão e uma cama box da casa dos suspeitos, que poderiam ser provas, foram queimadas durante o protesto em prol da criança
O caso da menina Esther Isabelly Pereira da Silva, de 4 anos, ganha novos desdobramentos. O pai da criança, Inaldo Silva, prestou novo depoimento nesta quinta-feira (24) na delegacia de Camaragibe, onde o caso está agora, e afirmou que a ex-mulher de um dos suspeitos presos teria ajudado a encobrir o crime.
Esther foi sequestrada na última segunda-feira (21) e encontrada morta no dia seguinte dentro de uma cacimba, no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. Havia indícios de rituais macabros na morte da criança. No local, foram encontrados dois bonecos de vudu, um deles com o nome de Esther.
Segundo o pai, a mulher, identificada como Wilma, teria participado da limpeza da casa onde o corpo da menina foi localizado e ajudado na fuga dos suspeitos. “A população entrou em contato comigo e repassou que essa tal de Wilma lavou realmente a casa, deu fuga no dia do sumiço da minha menina. Ela deu fuga, ela chamou um aplicativo”, relatou Inaldo.
O pai reforçou o pedido: “Eu quero é só justiça e que eles paguem pelo crime que fizeram. Só peço a Deus, em primeiro lugar a Deus, que bote a alma da minha filha em um bom lugar e castigue a esses monstros que fizeram isso com a minha filha.”
Depoimentos reforçam suspeita de participação de outras pessoas
Os depoimentos foram prestados na Delegacia de Camaragibe. Além do pai, também foram ouvidas a tia da criança e duas vizinhas da família. A polícia investiga se há outras pessoas envolvidas no crime, já que, até o momento, apenas dois homens estão presos — Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 28 anos.
Eles são acusados de ocultação de cadáver, mas ainda não há provas de que participaram diretamente da morte de Esther. Ambos também disseram em depoimento que a ex-mulher de Fernando ajudou a limpar o imóvel.
Inaldo afirmou que recebeu informações de moradores da comunidade de que Wilma e outros familiares do suspeito ajudaram a apagar vestígios do crime. “Ela, com supostamente a tia dele também, o filho da tia. Praticamente a família quase toda está envolvida nesse caso”, disse.
O pai acrescentou que, durante um protesto realizado pelos moradores para pressionar a Polícia pela localização de Esther, colchões e uma cama box foram retirados de dentro da casa e queimados. “Era coisa que poderia ser da cena do crime. Tiraram de dentro da casa e botaram pra queimar, para despistar a perícia e o trabalho da polícia”, afirmou.
Ex-mulher nega envolvimento e diz que sofre ameaças
Wilma, ex-mulher de Fernando, já havia negado qualquer participação no caso em entrevista à TV Tribuna. Ela afirmou que está sendo ameaçada de morte e teme por sua segurança. A polícia ainda não confirmou se ela será chamada novamente para prestar esclarecimentos após as novas denúncias. (Veja a entrevista dela na íntegra abaixo)
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Avó relatou desconfiança antes do desaparecimento
A avó de Esther, Raquel Pereira, também deu entrevista à TV Tribuna PE. Contou ter desconfiado do comportamento de um dos suspeitos no dia em que a menina desapareceu, o Fabiano. Ela falou após uma vizinha relatar que tinha ido na casa dos dois e Fabiano atendeu à porta. Pediu para esperar porque estava nu e bêbado. Depois, disse que lá não havia menina alguma.
“Ele colocou a roupa, colocou a bermuda caindo e saiu todo alterado na frente do portão: 'aqui não tem menina não'. Achei muito estranho, eu podia até pensar que ele estava fazendo algo com a criança. Eu tô falando a primeira vez agora, mas eu pensei na minha mente”
Ritual e perícia
A certidão de óbito de Esther Isabelly registra a causa da morte como traumatismo cranioencefálico, mas o laudo completo do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda será divulgado. A polícia trabalha com a hipótese de que a menina possa ter sido assassinada durante um ritual macabro.
Segundo o advogado da família, Alexandre Barreto, o inquérito está em fase inicial. “O procedimento se iniciou de fato agora, certo? E aí o delegado junto com o pessoal tem até 30 dias pra concluir esse inquérito”, afirmou.
“Quero justiça”, diz mãe da menina
A mãe da menina, Fernanda Pereira, voltou a pedir justiça e que todos os envolvidos sejam responsabilizados. “Eu só peço justiça. Que a Justiça seja feita e que contem quem tá por trás disso também”, disse emocionada.
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