Operação policial desmantela quadrilha de hackers em fraudes milionárias
A investigação se originou a partir de uma queixa-crime do Banco do Brasil
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Em uma operação que se estendeu por três anos, a Polícia Civil de Pernambuco desmantelou uma quadrilha de hackers especializada em fraudes milionárias em contas bancárias.
A ação, denominada Operação Invasor Digital e presidida pelo delegado Eronides Meneses da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DPCRICI), vinculada ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da DIRESP, teve início em abril de 2020.
Com o apoio da DINTEL/PCPE, do LAB/PCPE e colaboração operacional das Polícias Civis de Goiás e Piauí, a operação mobilizou 150 policiais civis em Pernambuco, incluindo delegados, agentes e escrivães.
No decorrer da ação, foram executados 01 mandado de prisão, 26 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de sequestro de veículos e valores, estimados em até R$ 8 milhões. Durante as diligências, uma prisão em flagrante por tráfico de drogas também foi realizada.
A investigação teve origem a partir de uma queixa-crime formalizada pelo Banco do Brasil em resposta a uma contestação de débito feita por uma empresa de engenharia.
A empresa reportou 152 transações indevidas em sua conta corrente, totalizando R$ 3.927.750,75. As transações foram efetuadas no mesmo dia em que a contestação foi feita, através do autoatendimento pessoa jurídica Mobile.
A apuração revelou que os criminosos obtiveram acesso ao aplicativo bancário da vítima após resgatar seu número de telefone, possibilitando a realização das transações fraudulentas.
O delegado Eronides Meneses destacou que os hackers enviavam phishing para as vítimas, obtendo acesso à linha telefônica das pessoas e habilitando dispositivos para realizar transações nas contas bancárias. Segundo o delegado, 150 transações fraudulentas foram efetuadas em uma única noite.
A Operação Invasor Digital envolveu mandados de busca e apreensão em cinco cidades de Pernambuco (Recife, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Escada e Vitória de Santo Antão) e se estendeu para Santa Terezinha, Minaçu (Goiás), Trindade (Goiás) e Teresina (Piauí). Adicionalmente, veículos e valores, possivelmente atingindo a cifra de R$ 8 milhões, foram alvo de sequestro.
Os suspeitos serão indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e invasão de dispositivo informático, conforme informado pela polícia. Os nomes dos indiciados não foram revelados.
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