O que diz a defesa do homem que agrediu mulher que confundiu como trans?
Advogado do investigado espera que ele seja solto por habeas corpus
Escute essa reportagem
Atualizada às 19h24
O advogado do homem que agrediu uma mulher por confundi-la como uma trans, Madson Aquivo, aguarda que o cliente seja solto por meio de habeas corpus em breve.
Em coletiva, com a presença da TV Tribuna/Band (canal 4), a defesa informou que o suspeito compareceu à delegacia de forma espontânea. Ele compareceu à Delegacia de Casa Amarela, que investiga o caso, cinco dias após ser acusado de dar um murro numa servidora pública, 34 anos, de nome não revelado.
“Foi cumprido um mandado de prisão no dia de hoje, certo? E ele vai ficar à disposição da Justiça e a defesa vai tomar as atitudes pertinentes para o caso”, argumentou.
Saiba quem é Antônio Fellipe, que agrediu mulher ao confundi-la como trans
A audiência de custódia foi para ver as circunstâncias da prisão e encaminhar ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna, em Abreu e Lima (Cotel).
Segundo o delegado Diogo Bem, Antônio Fellipe negou a transfobia, negou ter dado um soco na mulher e negou ter preconceitos. O homem passou por investigação em mais quatro delegacias, além da de Casa Amarela.
O delegado, inclusive, prometeu elucidar o caso até a sexta-feira da próxima semana. Ele acredita que os outros indícios de crime devem pesar na decisão da Justiça de libertar o agressor.
O vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Fenelon Pinheiro, também falou sobre o caso.
“Apesar de ser uma mulher cis, foi um crime de homofobia. A gente está defendendo que ele pague por esse crime, porque não interessa se ele sabia ou se ele não sabia se era ou se era trans. O que interessa é que a motivação dele é se fosse. Então, se fosse uma pessoa trans, estaria legitimado? Claro que não. É evidentemente que não”, afirmou.
O que diz a Justiça?
Na tarde desta sexta-feira (29), Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá foi conduzido à audiência de custódia, marcando presença no Plantão Judiciário Criminal da Capital, conforme comunicado da Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (Ascom/TJPE).
Durante a audiência, foram minuciosamente examinadas as formalidades relacionadas ao cumprimento do mandado de prisão emitido contra o acusado, sendo este formalmente homologado em sessão.
As acusações imputadas a Fellipe incluem crimes de lesão corporal e prática de transfobia, com base na Lei do Racismo. O indivíduo encontra-se atualmente detido no Complexo Prisional do Curado (Cotel).
Comentários