Ministério Público diz não haver provas para condenar Danilo Paes pela morte do pai
Posição pode ajudar o réu, acusado de ajudar mãe na morte do próprio pai
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Não há provas para condenar o engenheiro civil Danilo Paes Rodrigues por participação na morte do próprio pai, o médico cardiologista Denirson Paes, que tinha 54 anos. A afirmação fez parte das argumentações apresentadas nesta quarta-feira (25) pelo Ministério Público durante julgamento do réu no Fórum de Camaragibe, onde o crime ocorreu. A cidade fica na Região Metropolitana do Recife.
Danilo Paes foi acusado pelo inquérito policial de ajudar a mãe, a farmacêutica Jussara Rodrigues, de ter participado do crime realizado no dia 31 de maio de 2018. Porém, a posição externada pelo Ministério Público favorece à sua defesa.
Em um sistema legal e baseado no Estado de Direito, é fundamental seguir princípios como a presunção de inocência e o ônus da prova. A mãe de Danilo falou como informante e disse que havia cometido o assassinato sozinha. Ela foi condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver em 2018.
A TV Tribuna havia antecipado, nesta segunda-feira (24), por meio de reportagem de Simone Santos, no programa Ronda Geral, que o Ministério Público havia comunicado sua posição ao assistente da acusação.
O início da sessão
A sessão começou com o interrogatório do réu, que alegou ser inocente no assassinato. Ele respondeu a perguntas da defesa e da acusação e narrou o que teria feito no dia do crime (o que ainda não foi divulgado à imprensa). Antes de entrar no fórum, Danilo pediu desculpas tímidas à imprensa por ter feito xingamentos contra os repórteres ontem..
O assistente da acusação Carlos André Dantas, não ficou convencido, porque acredita que Jussara, pelo peso e altura e relatos de problemas de coluna, não conseguiria ter matado o marido sozinha, com um golpe no pescoço que precisa ser executado com força. Carlos André Dantas pediu o adiamento do júri, porém a juíza Marília Falcone, que preside o julgamento.
Carlos André lembra que Denirson foi esquartejado, queimado e seus vestígios foram jogados num poço da propriedade, localizada num condomínio de luxo de Aldeia, em Camaragibe. Cimento foi usado para tapar a cacimba.
O irmão do réu, Daniel Paes, faz parte dos familiares que não acredita na inocência do acusado. Ele entrou no fórum, mas não quis se posicionar com antecedência. Tinha dito antes que ia acompanhar o julgamento de perto para que a voz do seu pai fosse ouvida.
Intervalo
Após o intervalo do almoço, o Ministério Público fez réplica do posicionamento da defesa de Danilo e a defesa, comandada por Rafael Nunes. Pela manhã, no entanto, a instituição já informou não haver provas para condenar o réu, o que fortalece a presunção de inocência do acusado.
Havia uma expectativa de que o júri durasse até a sexta-feira (27), mas deve ser encerrado antes do prazo previsto. Após as alegações finais da defesa e da acusação, os jurados votam pela absolvição ou condenação do réu. A decisão dos jurados deve encerrar o caso que já dura cinco anos, com sofrimento para os familiares.
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