Mais três réus são condenados pela chacina de Poção em júri no Recife
Penas chegaram a 101 anos de prisão e dizem respeito a dois acusados
Em uma sessão do Tribunal do Júri da Capital que se estendeu pela madrugada, mais três réus foram condenados por participação na Chacina de Poção, crime ocorrido em fevereiro de 2015. O julgamento, presidido pela juíza Maria Segunda Gomes na 4ª Vara do Tribunal do Júri, teve início na quarta-feira (10) e só foi concluído às 2h40 desta quinta-feira (12).
Os acusados Egon Augusto Nunes de Oliveira e Ednaldo Afonso da Silva receberam a pena de 101 anos e 4 meses de reclusão, cada, por quatro homicídios triplamente qualificados (mediante motivo torpe; por recurso que dificultou a defesa; e para assegurar a impunidade de outro crime).
O terceiro réu, Orivaldo Godê de Oliveira, foi condenado a 12 anos e 6 meses de reclusão por homicídio simples contra uma das vítimas, sendo absolvido das demais acusações.
As vítimas e o crime de encomenda
A chacina resultou na execução de três conselheiros tutelares do município de Poção: José Daniel Farias Monteiro, Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos e Carmem Lúcia da Silva. A quarta vítima fatal foi Ana Rita Venâncio, avó materna de uma criança de três anos que sobreviveu ao ataque.
De acordo com a denúncia, a matança foi realizada através de uma emboscada premeditada no Sítio Cafundó, zona rural de Poção, em 6 de fevereiro de 2015. O carro do Conselho Tutelar foi interceptado e quatro pessoas foram mortas a tiros.
As investigações apontaram que o crime teria sido encomendado por Bernadete de Britto Siqueira Rocha, avó paterna da criança sobrevivente. O objetivo seria eliminar a família materna da menina para garantir a guarda da neta, mediante a contratação de um grupo de extermínio.
Julgamento dos demais réus remarcado
O júri desta semana estava programado para julgar também Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha (apontada como mandante) e os réus José Vicente Pereira Cardoso da Silva e Leandro José da Silva.
No entanto, o julgamento dos três foi adiado devido a questões de defesa. Bernadete de Lourdes alegou que sua advogada estava em licença-maternidade; José Vicente, que exerce a autodefesa, alegou problemas de saúde; e Leandro José informou que seu advogado havia renunciado. A juíza Maria Segunda Gomes estipulou prazo de cinco dias para que constituam nova defesa.
O julgamento desses três réus foi remarcado para o dia 3 de fevereiro de 2026, às 9h, na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
Réu anteriormente condenado
Este não é o primeiro resultado do processo. Em 27 de fevereiro de 2024, outro acusado pela chacina, Wellington Silvestre dos Santos, foi condenado a 74 anos e 8 meses de reclusão por envolvimento nos mesmos quatro homicídios qualificados.
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