Homens que tiraram a vida do juiz usavam máscaras cirúrgicas
No local do crime, polícia esclareceu que só encontrou vestígios de um tiro
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Um único tiro na cabeça, perto da orelha esquerda, na posição de trás para frente, teria matado o juiz de direito da 21º Vara Cível da Capital, Paulo Torres Pereira da Silva, 69 anos. Os homens que abordaram a vítima usavam máscaras cirúrgicas. Eles ainda não foram identificados.
Foi o que constatou a perícia inicial feita pela Força-Tarefa comandada pela delegada Euricélia Nogueira. A delegada estava no comando do plantão no momento em que ocorreu o crime, na última quinta-feira à noite (19). Ela passou as informações mais robustas à imprensa nesta sexta-feira (20) durante coletiva de Imprensa. O número de bandidos que cercou o juiz não foi revelado.
Os criminosos cobriam o rosto com máscaras pouco usadas no dia a dia. Testemunhas iniciais disseram ser em número de quatro, num ônix vermelho. Eles estão sendo investigados, especialmente, através de imagens de câmeras de segurança, que eram fartas no local.
De acordo com Euricélia, o carro do magistrado - um WR-V placa QYSOJ51 - bateu num muro, a cerca de 300 metros de casa, na Rua Maria Digna Ganero. Ele morava em Candeias, na cidade de Jaboatão dos Guararapes e, segundo familiares comentaram, costumava fazer caminhadas na Praia do Paiva.
"Os familiares disseram que ele não estava sendo ameaçado", declarou a delegada. O magistrado dirigia com os vidros do carro abertos e o veículo não era blindado. No automóvel, havia uma garrafa de água, uma toalha e seus pertences pessoais, como celular e carteira, não foram roubados.
A polícia, que inicialmente cogitou um latrocínio (roubo seguido de morte), não descarta nenhuma outra hipótese (como vingança, execução ou até mesmo tentativa de latrocínio). O TJPE decretou luto oficial.
Na ocasião em que o corpo foi localizado, a delegada recomendou o isolamento da área, acionou a Polícia Científica e a perícia do Instituto Tavares Buril.
No espaço, não foram encontrados outros projéteis de bala que pudessem identificar que tipo de arma foi usada no crime, de acordo com a delegada.
Quem vai produzir esse diagnóstico da arma usada é o Instituto de Medicina Legal, que faz uma análise mais profunda no corpo das vítimas. Inclusive é o IML confirmará ou não se há outros tiros na vítima, além do único já encontrado.
"No local, encontramos diversos sistemas de monitoramento e a dinâmica são essas imagens que vão fornecer. As imagens estão sendo coletadas todas elas, todas as imagens dali, da rota de fuga, de tudo”, afirmou a delegada.
Roberto Ferreira
Após a Força-tarefa concluir sua parte, as investigações do crime serão presididas, agora, pelo delegado Roberto Ferreira. Ele é titular da 12ª delegacia de homicídios em Jaboatão dos Guararapes. Ferreira já esteve no local do crime para ter as primeiras impressões do caso.
Ainda não se sabe a motivação do crime. “É prematuro que feche qualquer hipótese. Nenhuma hipótese será descartada”, declarou.
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