Filha e amiga simulam sequestro e se automutilam para extorquir R$ 50 mil da mãe
Em pânico, imaginando que a filha corria risco de vida, a mulher extorquida procurou a polícia
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Uma história de falso sequestro, que teria ocorrido no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, foi descoberta pelo Grupo de Operações Especiais da Polícia e revelada, nesta terça-feira (20), pelo delegado Jorge Pinto.
De acordo com o delegado, uma mulher de 26, cujo nome ainda não pode ser revelado, ligou para a mãe, uma professora aposentada, contando que tinha sido sequestrada na cidade já mencionada. Ela informou que estava num cativeiro com uma amiga, de 24 anos, e enviou fotos expondo vários cortes pelo corpo.
A mãe foi contatada por telefone pela filha. A suposta vítima contou, pelo próprio celular, que as duas estavam sendo ameaçadas de morte. Ela também pediu dinheiro à mãe para poder ser resgatada com vida, um valor de R$ 50 mil.
Automutilação
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As imagens enviadas para a mãe exibiam vários cortes no corpo da mulher, tufo de cabelo no chão e sangue. A reportagem foi apurada pela repórter Luciana Queiroz e exibida no Brasil Urgente, da TV Tribuna PE, programa transmitido às 16h, no canal 4.
As duas suspeitas só não esperavam uma surpresa: a professora aposentada tinha acionado a polícia, temendo pela vida de sua vida. A mãe procurou uma delegacia do bairro, no dia 16 de fevereiro, e as investigações passaram para o Grupo de Operações Especiais (GOE), que ficou com a responsabilidade de monitorar todas as ligações.
“Com o prosseguimento das apurações foi descoberto que nunca houve sequestro, mas sim, uma trama para obter vantagem indevida da mãe de criação dela. A mãe vivenciou momentos de terror com o pai”, disse o delegado Jorge Pinto. O nome do pai e da mãe também não foram revelados.
Com interferência do GOE, a mãe e professora aposentada foi orientada a não fazer a transferência e as supostas vítimas decidiram voltar para casa. Chegando à residência da mãe, no bairro de San Martin, no Recife, foram abordadas pela Polícia, que também estava chegando no mesmo local.
Armação
As duas mulheres pegaram uma kombi e vieram de Paulista. A investigação mostraram que, pelo caminho, elas chegaram a se automutilar ainda mais.
Com a constatação da fraude, os policiais do GOE prenderam as duas em flagrante pelo crime de extorsão majorada. A mulher de 26 anos, que tramou tudo, teve o flagrante convertido em prisão temporária. Já a amiga foi liberada depois de passar por audiência de custódia.
Mais de 10 anos de reclusão
Após a conclusão das investigações e, a depender do Ministério Público e do julgamento, o crime de extorsão majorada pode passar de 10 anos de reclusão.
Segundo o delegado, as duas mulheres teriam forjado o falso sequestro durante uma festa e, possivelmente, alugado uma casa para fazer de falso cativeiro.
“O planejamento foi curto. A gente não notou um requinte organizacional na empreitada. Uma delas, a principal investigada nossa (a filha), já responde a processo de tráfico de drogas no Paraná, estava em liberdade provisória. A mãe relatou que ela sempre foi complicada, tinha envolvimento com drogas, furto e roubo de celulares”.
Antes de serem conduzidas para depoimento, a filha recebeu tratamento hospitalar, pois fez vários ferimentos no próprio corpo.
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