Empresário morto em frente à academia em Boa Viagem era ligado ao tráfico, diz PF

As diligências da PF ocorreram em várias cidades do estado, incluindo cinco mandados de busca no Recife, cinco em Caruaru, um em Paranatama e um em Bonito |  Foto: Divulgação/PF

Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Rebote, com o objetivo de desmantelar uma rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 77 milhões. A investigação começou com o monitoramento de João Batista de Oliveira Ramos, empresário cearense conhecido como “Beto da Mídia”, suspeito de ser um dos chefões do tráfico de drogas na região do Cariri, no Ceará.

O caso tomou novos rumos após o empresário ser executado no Recife (PE), no dia 24 de abril, em frente a uma academia, na Avenida Conselheiro Aguiar, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife (PE).

João Batista de Oliveira Ramos nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, e era proprietário de negócios no setor de combustíveis e automóveis. Aos 35 anos, ele administrava postos de gasolina e lojas de veículos novos e usados em sua cidade natal, em Conde (PB), e em três municípios de Pernambuco: Recife, Caruaru e Petrolina.

Quem é suspeito de matar Beto da Mídia?

A morte de Beto, uma execução à queima-roupa em frente à academia, trouxe à tona sua trajetória e chamou a atenção das autoridades, que passaram a investigar as atividades associadas a ele |  Foto: Divulgação/instagrampessoal

A morte de Beto, uma execução à queima-roupa em frente à academia, trouxe à tona sua trajetória e chamou a atenção das autoridades, que passaram a investigar as atividades associadas a ele. O crime também levou a Polícia Federal a ampliar o escopo da operação e identificar novos envolvidos que assumiram as atividades ilícitas, tornando-se os principais alvos da ação.

Um homem suspeito de ter matado João Batista foi preso com apoio de policiais civis da 3ª Delegacia de Homicídios de Recife (PE). Chama-se Melquisedeque de Araújo França Júnior, de idade não revelada. Ele é suspeito de matar o empresário dentro de seu veículo, uma S10.

Diligências em outros municípios do estado

Rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro teria movimentado mais de R$ 77 milhões |  Foto: Divulgação/PF

Além do Recife, o dia começou agitado em outros municípios do estado, com a chegada dos agentes da Polícia Federal. Além do mandado de prisão preventiva em desfavor de Melquisedeque, na capital pernambucana, foram cumpridos 12 mandados de busca.

As diligências da PF ocorreram em várias cidades do estado, incluindo cinco mandados de busca no Recife, cinco em Caruaru, um em Paranatama e um em Bonito.

A operação desta terça visou capturar os atuais líderes dessa organização criminosa, além de cumprir 28 mandados de busca e apreensão em imóveis localizados nos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e São Paulo. Foram realizados também o sequestro de postos de gasolina e a apreensão de bens e valores associados ao grupo.

Os suspeitos detidos até o momento foram autuados por tráfico de drogas e estão à disposição da Justiça. O crime em questão prevê pena de até 15 anos de reclusão. As investigações continuam para identificar a participação de outros envolvidos.

Com a participação de mais de 125 policiais federais, incluindo equipes táticas de pronta intervenção, a Operação Rebote assegurou o cumprimento das ordens judiciais e a segurança das ações. “A Polícia Federal reafirma seu compromisso com o combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro, em defesa da segurança e da ordem pública”, disse o delegado Daniel Ramos, chefe da DPF em Juazeiro.