Delegado aponta posse de material “aterrorizante” por pedófilos presos

Na imagem, estão o delegado Darlson Freire, gestor do DPCA; o delegado Ivaldo Pereira, gestor da DIRESP; e o delegado Geraldo Costa, do DPCA |  Foto: PCPE/Divulgação

Dois homens foram presos em flagrante nesta quinta-feira (26), em Pernambuco, durante uma operação nacional de combate à pedofilia na internet. Os suspeitos foram autuados por armazenar imagens de pornografia infantil, totalizando mais de 3.500 arquivos contendo cenas de abuso sexual de crianças e adolescentes.

Os arquivos apreendidos continham imagens chocantes de abuso sexual, incluindo cenas aterrorizantes envolvendo bebês e crianças de até 10 anos. Um dos homens presos é bancário e outro, repositor de supermercado.

"São cenas aterrorizantes, chocantes, de abuso sexual cometido contra bebês, crianças de 10 anos de idade, crianças maiores, mas muito graves. Estamos investigando se os suspeitos também compartilhavam ou produziam esse material", afirmou o delegado Darlson Freire, gestor da DPCA.

Segundo Darlson, a ação foi coordenada pela Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), com o apoio da Diretoria Integrada Especializada (Diresp) e da Polícia Federal. Ela faz parte da operação safe Children, traduzido como “criança segura”

A operação foi realizada em todos os estados brasileiros, com Pernambuco se destacando como o terceiro estado que mais cumpriu mandados de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos no Recife e em Jaboatão dos Guararapes.

“Foram sete mandados de busca e apreensão, e conseguimos autuar dois indivíduos em flagrante pelo crime de armazenar pornografia infantil, o que já é um crime autônomo, considerado agora como crime hediondo, sem direito à fiança”, explicou o delegado.

Dois homens foram presos durante a ação policial |  Foto: PCPE/Divulgação

A operação resultou na apreensão de diversos eletrônicos, incluindo celulares, notebooks e tablets. Um dos suspeitos tinha cerca de mil arquivos de pornografia infantil, enquanto o outro possuía mais de 2.500.

Segundo o delegado, o perfil desses criminosos é muitas vezes imperceptível à sociedade, já que eles agem de forma clandestina.

"Eles são pedófilos que não trazem sinais visíveis e convivem sem levantar suspeitas, mas a Polícia Civil segue atenta. A internet não é terra de ninguém, e vamos continuar agindo para responsabilizá-los", declarou Freire.

As investigações continuam para verificar se, além do armazenamento, houve também compartilhamento e produção de material. Um dos suspeitos já havia sido indiciado anteriormente por estupro de vulnerável. Ambos permanecem presos e foram submetidos à audiência de custódia ainda nesta quinta-feira.

Pena continua sendo polêmica

Embora a classificação do crime como hediondo tenha endurecido as consequências em termos de progressão de regime e outros benefícios, a pena de 1 a 4 anos de reclusão ainda é vista como insuficiente, dado o impacto devastador desse tipo de crime.

Há um debate contínuo sobre a necessidade de aumentar as penas para crimes relacionados à pornografia infantil e pedofilia, considerando a gravidade do abuso e o trauma causado às vítima

Saiba como denunciar um pedófilo

Denunciar um pedófilo é um passo importante para proteger crianças e adolescentes. Aqui estão algumas orientações sobre como proceder:

Reúna informações: Colete o máximo de informações possível sobre a pessoa suspeita e as circunstâncias da denúncia. Isso pode incluir nomes, endereços, datas, locais e qualquer evidência que possa ser relevante.

Contate as autoridades locais:

Polícia: Dirija-se à delegacia mais próxima ou ligue para o número de emergência (190 no Brasil) para relatar a situação.

Conselho Tutelar: Você pode entrar em contato com o Conselho Tutelar da sua região, que é responsável por zelar pelos direitos da criança e do adolescente.

Disque 100: No Brasil, você pode ligar para o Disque Denúncia (número 100), que é um serviço gratuito e confidencial onde você pode denunciar casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Denúncia anônima: Caso prefira manter sua identidade em sigilo, a maioria das linhas de denúncia permite que você faça isso de forma anônima.

Documentação: Se possível, faça um registro escrito do que você presenciou ou ouviu. Isso pode ser útil durante a investigação.

Apoio psicológico: Se você ou alguém que conhece foi vítima de abuso, considere buscar apoio psicológico. Existem organizações que oferecem suporte a vítimas de abuso sexual.

Persistência: Após fazer a denúncia, acompanhe o caso se possível, e esteja disposto a fornecer mais informações se solicitado.

Denunciar é um ato de responsabilidade que pode fazer uma grande diferença na vida de alguém. Se você se sentir inseguro ou ameaçado ao fazer a denúncia, busque apoio de amigos, familiares ou profissionais.