Brincadeira com arma de gel termina em tragédia e revela série de assassinatos
Porteiro que matou o jovem José Adilson, conhecido como Guilherme, também foi denunciado pela morte de mais três pessoas no Grande Recife
Escute essa reportagem
Uma brincadeira infantil pode ter revelado um monstro. O porteiro Wellington Severiano de Andrade, de 40 anos, foi preso por matar um jovem durante uma discussão por causa de uma arma de balas em gel. Mas ele também é o principal suspeito de um triplo homicídio ocorrido em 2006, há quase duas décadas.
Reportagem exclusiva da TV Tribuna/Band, realizada por Simone Santos, revelou que, além de matar José Adilson Bezerra Sabino, conhecido como Guilherme, no dia 26 de novembro, o porteiro também é suspeito de matar mais três jovens, entre 18 e 27 anos, há 18 anos, no município de Paulista.
Em 2006, Wellington teria matado José Ramos de Oliveira, Evandro Martins da Silva e Jonas Barbosa da Silva, todos jovens, na Rua Funilândia, no Loteamento Conceição.
Alívio para três famílias, luto para outra
A motivação dos crimes permanece desconhecida, embora a polícia tenha apontado rixas como possível causa. Os três alvos de Wellington morreram no meio da rua e suas bicicletas também ficaram jogadas no chão. O triplo homicídio teve características de execução.
A prisão de Wellington, após quase duas décadas, trouxe alívio para as famílias das vítimas, que por muito tempo viveram com a dor da perda e a incerteza da justiça. O caso foi reaberto após a repercussão da morte de Guilherme, e o porteiro foi finalmente identificado como principal suspeito do triplo homicídio.
Denúncia feita pelo MPPE estava quase prescrevendo
Em 2022, o Ministério Público já havia denunciado Wellington, mas ele estava foragido, e o caso quase prescrevia.
Infelizmente, o porteiro só foi localizado após matar mais uma pessoa. No dia 26 de novembro de 2024, Wellington, indignado porque sua namorada foi atingida por uma bolinha de gel durante a brincadeira, retornou ao local do incidente e disparou contra José Adilson, conhecido como Guilherme, matando-o com um tiro na cabeça.
O crime aconteceu no terminal do Córrego do Abacaxi, em Olinda, e teve grande repercussão na mídia, sendo amplamente coberto pelo Brasil Urgente, de Moab Augusto, e pelo Jornal da Tribuna 1ª Edição, comandado por Artur Tigre.
Investigações subsequentes levaram parentes das vítimas do triplo homicídio a reconhecerem Wellington. Agora, com sua prisão, as famílias esperam que ele finalmente pague pelos crimes cometidos quase 20 anos atrás.
A reabertura do caso oferece uma nova esperança, evitando a prescrição iminente. A cobertura do caso pela TV Tribuna/Band deixou as famílias das vítimas chocadas, mas também trouxe alívio para aqueles que, por anos, viveram sem respostas.
Emocionada, a esposa de Guilherme, grávida de seis meses, revelou que o marido foi alvejado enquanto tentava proteger as crianças presentes. Ela preferiu não revelar o nome, mas relatou que ele pediu para que Wellington largasse a arma antes de ser atingido. "Ele atirou na cabeça do meu marido, na minha frente. Quando meu marido olhou para o lado, ele atirou", contou, lembrando os últimos momentos do seu esposo.
Comentários