Boa Viagem: defesa de motorista da BMW aponta culpa compartilhada e contesta dolo
A TV Tribuna PE traz, pela primeira vez, a versão do condutor responsável pela morte de enfermeira
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A advogada Ketyllyn Muniz, que representa o motorista da BMW Jefferson Xavier de Araújo, 26 anos, apresentou pela primeira vez a versão do jovem que, ao dirigir sem habilitação e em alta velocidade numa avenida de Boa Viagem, causou a morte da enfermeira Meridérnia Maria da Silva Lima, de 57 anos.
Segundo ela, no entendimento do Ministério Público de Pernambuco, ambos cometeram erros ao atravessar o cruzamento da avenida Conselheiro Aguiar com a rua Baltazar Pereira, onde a BMW chocou-se com um Kwid, dirigido por Meridérnia.
Em entrevista exclusiva ao Brasil Urgente, programa jornalístico da TV Tribuna PE, exibido a partir das 16h, de segunda a sexta, e comandado por Artur Tigre, a advogada disse que a vítima fatal também teve responsabilidade pelo acidente.
“O entendimento do MPPE foi de culpa consciente. Jefferson não estava embriagado, cooperou a todo momento, e o MPPE considerou que as duas partes acabaram errando ao atravessar o cruzamento”.
Indagado pelo repórter Marwyn Barbosa sobre qual teria sido o erro de Meridérnia, a advogada citou novamente o MPPE.
“O MPPE entendeu que ela passou naquele sinal sem olhar para o lado, porque um caminhão estava tapando a visão dela. Ele estava dirigindo né. Se ele estava há mais de 100 por hora eu não posso dizer, mas o MPPE entendeu que houve erro das duas partes”.
De acordo com Ketyllyn Muniz, na prática, Jéfferson não foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco por crime de homicídio, nem estava foragido. Ele precisou admitir o erro e assinou o acordo de não persecução penal.
O que a defesa entende sobre a prisão no Rio de Janeiro por dirigir carro roubado
Ketyllyn Muniz falou sobre a prisão temporária feita no Rio de Janeiro de Jefferson foi feita de forma equivocada.
Segundo a defesa, ele estava dirigindo um carro roubado no estado do Rio de Janeiro, mas não sabia que o veículo estava adulterado mesmo trabalhando com venda e compra de automóveis..
A advogada disse que a prisão de Jefferson foi convertida para preventiva no Rio de Janeiro, porque a Polícia Civil carioca acreditava que ele estava foragido por ter cometido um homicídio doloso, quando isso não aconteceu. A defesa está lutando para que ele responda às acusações em liberdade.
De acordo com ela, na verdade, Jefferson foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco por homicídio com dolo eventual, mas a decisão foi contestada pelo Ministério Público de Pernambuco.
A promotoria não considerou que Jéfferson cometeu homicídio doloso na batida que tirou a vida de Meridérnia. “Ele é um menino trabalhador que cometeu um erro e ele admitiu esse erro”.
Em outro momento da entrevista, ela falou: “Ele não tinha habilitação, mas ele não estava embriagado durante o acidente e, por isso, ele não foi preso em flagrante. Ele foi conduzido à delegacia, em momento algum tentou se esquivar da Justiça, em momento algum tentou se evadir. Ele foi conduzido para o Hospital da Restauração junto com a vítima e ficaram no mesmo ambiente durante o atendimento. A vítima ainda estava com vida”, declarou a advogada.
O que diz a defesa da família de Meridérnia
O advogado Gabriel Santana, que defende a família de Meridérnia, fez alguns destaques com relação ao acidente lembrando que a velocidade que Jéfferson dirigia o carro, sem habilitação, contribuiu para a morte de Meridérnia.
“O MPPE considerou como se fosse um homicídio culposo por acidente de trânsito, diferente do que a gente entende e diferente do que o delegado que acompanhou toda a operação entende, e diferente do que falaram todas as testemunhas, entendeu? Porque ambos entendemos como homicídio doloso (praticado por Jéfferson)”.
Segundo ele, a família espera que o juiz que vai analisar o acidente leve o caso a Júri Popular.
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